O governo do presidente Lula (PT) começa a ganhar um apoio maior do mercado financeiro, segundo dados divulgados pela nova pesquisa da consultoria Quaest, divulgada nesta quarta-feira 12, com integrantes do setor.
De acordo com o levantamento, feito entre agentes de fundos de investimentos do Rio de Janeiro e de São Paulo, a rejeição a Lula despencou entre março e julho deste ano. Naquela ocasião, Lula somava 86% de avalições negativas entre os investidores, passando a ter 44% na rodada deste mês.
A avaliação positiva, por sua vez, saltou de apenas 2% para 20%. Já aqueles investidores que indicam visão regular sobre o atual governo eram 12% e hoje somam 36%.
As mudanças são ainda mais significativas quando se olha para o desempenho do ministro Fernando Haddad, responsável pela política econômica do atual governo. Ele tinha, em maio deste ano, 26% de avaliações positivas e chegou a 65% na pesquisa desta quarta-feira. Avaliações negativas eram 37% e, na atual conjuntura, somam apenas 11%. O grupo ‘regular’ somava 37% e caiu para 24%.
O levantamento mostra também que, na visão do mercado financeiro, cresceu a capacidade de Lula de aprovar suas pautas no Congresso Nacional. O resultado vem na esteira de recentes vitórias do governo no Legislativo, como o andamento do novo marco fiscal e a aprovação da reforma tributária na Câmara.
Neste quesito, o grupo dos investidores que indicava alta capacidade do governo petista de aprovar leis no Congresso era de 10% e hoje soma 27%. 49% acreditam que a capacidade seja regular (eram 51% em maio) e 24% dizem que essa capacidade é baixa. O último grupo somava 39% do levantamento anterior.
A pesquisa também captou uma maior percepção de que a política econômica do País estaria caminhando na direção correta com Lula. Fazem esta afirmação 47% dos investidores entrevistados. Na rodada anterior, o grupo somava apenas 10%. A ponta oposta, que diz que o caminho atual é errado, somava 90% e hoje é de 53%.
As linhas de quem vê uma melhora econômica nos próximos 12 meses com Lula se inverteram e também apontam notícia mais positiva para o petista nesta quarta-feira. Atualmente 53% dizem que deve ter melhora, 26% indicam que não vislumbram mudanças e 21% veem chances de piora. Os grupos eram de 13%, 26% e 61%, respectivamente.
O levantamento da Quaest captou, ainda, avaliação positiva sobre a reforma tributária proposta pelo governo Lula e aprovada em dois turnos na Câmara dos Deputados. Para 66% o projeto deve aumentar o bem-estar dos brasileiros.
34% indicam o contrário. O texto, ainda segundo os entrevistados, tende a fazer com que a taxa de juros caia. 54% fazem essa afirmação. Outros 45% não acreditam em mudança e 1% diz que a Selic irá aumentar com a reforma.
Entre as percepções negativas sobre o atual governo no mercado financeiro a pesquisa destaca a nova política de preços da Petrobras. A avaliação da mudança é negativa para 63%. 31% apontam visão regular sobre o tema e apenas 6% indicam avaliação positiva. Ainda no tema, 97% acreditam que a mudança foi uma influência política na estatal. 3% dizem que não enxergam dessa forma.
A pesquisa divulgada nesta quarta-feira é contratada pela consultoria de investimentos Genial e foi realizada entre os dias 6 e 10 de julho. Ao todo, foram 94 entrevistas online em questionário estruturado. Participaram representantes de fundos de investimentos com sede em São Paulo e no Rio.
FONTE: CARTA CAPITAL