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ONU afirma que ainda é possível erradicar Aids até 2030; uma pessoa morre por minuto da doença
Erradicar a epidemia da Aids até 2030 ainda é possível, afirmou a ONU (Organização das Nações Unidas) nesta quinta-feira. O obstáculo é a falta de financiamento para exames e tratamentos, que atrasa a luta contra a epidemia mais letal do mundo. Uma pessoa morreu a cada minuto em 2022 em decorrência da doença.
O plano apresentado em um novo relatório do Unaids (Programa das Nações Unidas para HIV/Aids) mostra que é possível erradicar a Aids “ainda nesta década”, segundo a diretora-executiva do programa, Winnie Byanyima.
A organização destacou a necessidade de combater as desigualdades, apoiar as comunidades e as organizações da sociedade civil, além de garantir um financiamento adequado e sustentável.
Byanyima destacou o progresso no combate ao HIV em países do leste e do sul da África, onde os contágios registraram queda de 57% desde 2010.
A meta de acabar com a epidemia até 2030 é parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis adotados em 2015 pela ONU. O programa Unaids articula iniciativas ao redor mundo para chegar a esse objetivo.
Uma morte por minuto
Na última década, o número de pessoas com acesso ao tratamento com antirretrovirais foi multiplicado por três, passando de 7,7 milhões em 2010 para 29,8 milhões em 2022. Os novos contágios caíram 59% desde 1995.
No ano passado, 82% das mulheres grávidas ou em período de amamentação que convivem com o HIV tiveram acesso ao tratamento com antirretrovirais, contra 46% em 2010.
Apesar dessa melhora, em 2022, uma pessoa morreu a cada minuto vítima da Aids e quase 9,2 milhões permaneciam sem tratamento, incluindo 660.000 crianças soropositivas.
Redução do financiamento
O Unaids lamentou que muitos países ainda tenham leis que criminalizem certos comportamentos e populações consideradas de risco.
A maioria dos países (145) criminaliza o uso ou posse de drogas e 67 nações penalizam as relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo. Além disso, 143 países têm leis que punem a exposição ao HIV, a falha na divulgação ou a transmissão do vírus.
“Se os governantes ignoram, isolam ou criminalizam as pessoas com o vírus ou que estão expostas ao risco de contágio, os progressos no combate a Aids são prejudicados e mais pessoas serão infectadas pelo vírus”, afirmou o Unaids.
O financiamento segue um desafio. Os recursos, que tinham aumentado no início da década de 2010, voltaram a cair no ano passado ao nível registrado em 2013.
Em 2022, US$ 20,8 bilhões de dólares (quase R$ 100 bilhões) foram destinados aos programas de luta contra HIV nos países de baixa e média renda, 2,6% a menos que em 2021 e muito abaixo dos US$ 29,3 bilhões de dólares (R$ 140 bilhões) considerados necessários até 2025.
FONTE: G1 NOTÍCIAS