Marden Jr. pode se recandidatar a qualquer custo, mesmo não tendo seu padrinho a seu lado
O prefeito de Trindade Marden Jr. e seu antecessor Jânio Darrot não estão rompidos. Mas é nítido o clima tenso que tomou conta do relacionamento entre eles, motivado pelos interesses conflitantes de Marden em se reeleger e de Darrot em disputar novamente a prefeitura que ele ocupou por dois mandatos.
Jânio vai para o MDB do vice-governador Daniel Vilela. Marden se antecipou filiando-se ao União Brasil. O prefeito resolveu se agarrar ao governador Ronaldo Caiado para tentar viabilizar um novo mandato, no qual, em Trindade, ninguém aposta caso não consiga se apresentar repetindo o aval de Darrot.
O ex-prefeito e empresário – um dos maiores confinadores de bois do Brasil, com 50 mil cabeças anuais e crescendo, além de dono da segunda maior confecção de roupas em Goiás – só pensa em voltar a governar a cidade onde começou a carreira de empreendedor com duas humildes máquinas de costura em um dos quartos da sua casa. Cuidar de Trindade é o que ele e a esposa Dairdes gostam de fazer, talvez até enxergando uma missão divina. Além disso, Marden, que foi uma espécie de poste patrocinado por Jânio Darrot na sua primeira eleição, acabou se desgarrando e parou de consultar o seu santo padroeiro. Isso gerou insatisfações.
Marden Jr. pode se recandidatar a qualquer custo, correndo o risco de não ter no seu palanque o ex-padrinho e mesmo de tê-lo como adversário, ou partir para a alternativa de desistir e ganhar um big prêmio de consolidação – qual seja ser apoiado para deputado estadual ou federal em 2026, o que seria uma eleição certa. Ele está indeciso e procura adiar qualquer definição para o ano que vem. O conselho que mais ouve é o óbvio: ir contra Jânio Darrot é embarcar em uma canoa furada. Ajeitando-se, garante um futuro de ouro.