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Texto: Tatiane Braz
Foto: Reprodução
A população chilena rejeitou, em votação recente, a proposta de uma nova Constituição elaborada por um conselho associado à extrema direita. Com 55,75% dos votos contrários, conforme apuração de 99% das mesas divulgada pelo Serviço Eleitoral (Servel), o país optará por manter o texto imposto durante a ditadura de Augusto Pinochet.
A proposta rejeitada, mais conservadora que a Constituição original da ditadura, eliminava a possibilidade de aborto, intensificava medidas contra migrantes irregulares e reduzia o peso do Estado. Em contrapartida, 44,25% dos eleitores se manifestaram a favor dessa reforma.
Mesmo após diversas reformas que eliminaram aspectos autoritários, a atual Constituição ainda divide a nação de quase 20 milhões de habitantes, com 70% nascidos após o período ditatorial.
Este episódio marca a segunda vez em dois anos que os chilenos recusam nas urnas a substituição da atual Constituição, herdada da ditadura e alvo de reformas ao longo do período democrático. Em setembro de 2022, uma proposta de Constituição elaborada por uma Assembleia Constituinte de orientação esquerdista foi rejeitada por 62% dos votantes, indicando uma série de desafios na busca por um consenso constitucional no Chile.