Polícia deve ouvir “Choquei” e investigar se houve ligação de fake news com morte de Jéssica Canedo

Por: Sidney Araujo
Foto Destaque: Reprodução/Redes sociais

A Polícia Civil de Minas Gerais abriu investigação em relação à morte da jovem Jéssica Canedo, de 22 anos, que ocorreu na última sexta-feira (22). O caso, que vem sendo tratado como suicídio devido à alta dosagem de medicamentos, deve ganhar novas atualizações nos próximos dias.

De acordo com o delegado Felipe Oliveira, de Araguari (MG) – cidade da vítima -, os próximos passos estarão concentrados em escutar todos os envolvidos, como os familiares e amigos de Jéssica. Além disso, há um estudo para que Raphael Souza, responsável pelo perfil “Choquei”, também seja chamado.

A página de fofoca, que compartilhou um print falso de uma conversa entre Jéssica Canedo e Whindersson Nunes no dia 18 de dezembro, dando a entender que havia um possível relacionamento entre os dois – Whindersson negou à época -, vem sendo acusada como uma das principais responsáveis.

Nesta segunda-feira (25), em entrevista exclusiva concedida à RecordTV, Inês Oliveira, mãe de Jéssica, disse que a divulgação da falsa notícia pela Choquei acabou abalando a sua filha psicologicamente, pois milhares de ofensas e ataques começaram a acontecer devido à veiculação.


(Reprodução/Twitter)


Por enquanto, as investigações da polícia estão na fase de elucidação e, assim, verificando a causa do óbito por suicídio e se não houve alguma indução por parte dos perfis noticiosos e das redes sociais. Nestes últimos dias, os investigadores tiveram acesso à necrópsia do corpo da vítima e buscaram informações sobre as publicações que ligavam a jovem ao humorista Whindersson Nunes.

Em relação ao inquérito, caso seja verificado provas de que houve indução ao suicídio por conta das falsas notícias, a sentença pode chegar até quatro anos de reclusão. Para que isso aconteça, as provas precisam mostrar que houve uma ação dolosa, com o sentido de influenciar a vítima ao ato. Além disso, outros crimes serão investigados, como falsidade ideológica e crime contra a honra. Contudo, de acordo com o delegado Felipe Oliveira, responsável pelo caso, ainda não há evidências de dolo.

“É muito difícil a hipótese de configurar que aquela postagem foi feita de forma dolosa para que levasse essa vítima especificamente ao suicídio. A não ser que haja uma reviravolta durante a investigação, acho difícil responsabilizar o site pelo suicídio. Pode ser que eles sejam responsabilizados por outros crimes, mas pelo suicídio acho difícil”, revelou o delegado. 

A Choquei, que tem, somando Instagram e Twitter, quase 30 milhões de seguidores, se pronunciou no último sábado (23/12) por meio de uma nota oficial em suas redes sociais. Nela, a página lamentou o ocorrido e negou qualquer responsabilidade em relação à morte da jovem.

O perfil de fofoca, que é sempre muito presente nas redes sociais, não produz conteúdos desde a última sexta-feira (22). Além disso, a Choquei trancou os comentários em todas as redes por conta da revolta de milhares de internautas que vêm responsabilizando o perfil. Famosos, como Whindersson Nunes, Felipe Neto e Danilo Gentili se pronunciaram pedindo que as autoridades tomem providências em relação ao caso. O jogador Neymar, por meio de um storie, disse que tudo isso é devido ao “ódio real de pessoas que escondem atrás de perfil de internet”.

 

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