Como o fenômeno “El Niño” influencia a produção e pode encarecer as suas compras de mercado em 2024

Por: Sidney Araujo

Foto Destaque: Divulgação

Os efeitos do fenômeno El Niño no Brasil, como o excesso de chuvas no Sul do País, seca e altas temperaturas no Centro-Oeste, fizeram com que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reduzisse mais uma vez sua estimativa para a colheita de grãos e fibras no país em 2023/24.

No começo de dezembro, a indicação passou a ser de que a produção para o atual ciclo fique em 312,3 milhões de toneladas, 4,4 milhões de toneladas a menos do que a estimativa apresentada no mês anterior. A indústria de alimentos, que já vem sofrendo com as ondas de calor e o desequilíbrio climático, tende a ser impactado no primeiro semestre do próximo ano.

De acordo com matéria do Money Times, que ouviu um pesquisador do Centro de Agronégocio Global do Insper, as hortícolas, frutas e grãos serão as mais impactadas em 2024 por conta das ondas de calor influenciadas pelo fenômeno que pode se estender até junho. Vale lembrar que, segundo o Índice Nacional dos Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação fechou em alta de 4,72%, sendo as maiores altas de alimentos foram:

  • Hortaliças e verduras: 21,18%;
  • Azeite de oliva: 33,23%;
  • Cereais, leguminosas e oleaginosas: 14,36%;
  • Frutas: +6,2%
  • Açúcares e derivados: +7,93%
  • Sal e condimentos: +6,35%

Como os produtores podem ser prejudicados? 

Se o impacto climático no plantio reduziu a expectativa de produção, o jeito fazer com que as perdas sejam as mínimas possíveis com uma colheita muita bem planejada, que começa já agora com atenção à manutenção das colheitadeiras ou, se necessário, a aquisição de um modelo mais moderno e que otimize o processo. Essa pelo menos é uma das dicas de Jonathan Costa, técnico em mecânica e instrutor do Grupo Pivot, empresa que é uma das líderes nacionais na comercialização de maquinários agrícolas e sistemas de irrigação.

O especialista explica que, mesmo com a expectativa de atraso na colheita, em virtude do ciclo irregular de chuvas (especialmente na região Centro-Oeste), o produtor já precisa se preocupar com a colheitadeira, seja para revisão de manutenção ou para busca de um novo equipamento.

“Esses ciclos irregulares de chuva acabam atrapalhando a janela da colheita, podendo ocorrer, no caso da soja por exemplo, a maturação do grão de forma não uniforme. Sendo assim, o produtor que não tiver capacidade de colheita corre um grande risco de perda de qualidade, e consequentemente prejuízo”, afirma o técnico.

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