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Por: Alex Alves
Foto: Instagram/ Reprodução
O recente envolvimento do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro na paisagem política de Portugal chamou a atenção, endossando o líder de extrema-direita André Ventura do partido Chega. O apelo em vídeo de Bolsonaro aos residentes brasileiros em Portugal para apoiarem Ventura nas próximas eleições em 10 de março lança luz sobre a crescente influência de ideologias de extrema-direita.
Assista ao vídeo – Créditos Metrópolis Tv
A ênfase de Ventura em sentimentos anti-imigrantes, especialmente direcionados à comunidade asiática, tem sido um ponto focal, resultando em relatos de ataques contra brasileiros em Portugal. Apesar disso, Bolsonaro expressou forte apoio, citando Ventura como defensor do conservadorismo e da maioria das “pessoas de bem”.
O alcance estratégico de Ventura à comunidade brasileira, o maior grupo de imigrantes legais em Portugal, tem se mostrado eficaz. Com mais de 400.000 cidadãos brasileiros, seu apelo ressoa, especialmente entre a crescente população evangélica, que dobrou de 2011 a 2021.
A concentração de apoio no Norte, especialmente em Braga, destaca a resiliência dos apoiadores brasileiros, mesmo diante da postura xenofóbica de Ventura. Vale ressaltar que o líder de extrema-direita parece isentar os brasileiros de sua retórica anti-imigrante, usando figuras políticas da comunidade brasileira para fortalecer sua narrativa.
O substancial apoio ao partido Chega se estende além das fronteiras de Portugal, encontrando respaldo entre os expatriados portugueses no Brasil. Notavelmente, o sucesso do partido nas eleições do consulado do Rio de Janeiro, apesar das recentes intervenções devido à corrupção relacionada a vistos, destaca sua crescente influência.
As próximas eleições em Portugal, motivadas pela renúncia do primeiro-ministro António Costa em meio a alegações de corrupção, apresentam uma paisagem política dinâmica. O PS e o PSD, ambos disputando a supremacia de centro-direita, enfrentam um desafio formidável do crescente partido Chega, atualmente com índices de intenção de voto entre 13% e 17%.
Conforme Portugal navega por essas mudanças políticas, as eleições de março não determinarão apenas seu próximo líder, mas também servirão como um teste para a resistência das ideologias de extrema-direita na esfera política do país.