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Por: Alex Alves
Foto: Destaque /Agência Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou hoje que o Brasil e o Paraguai possuem divergências em relação às tarifas da usina hidrelétrica de Itaipu, mas afirmou que as equipes de ambos os governos continuarão tratando do assunto para encontrar uma solução.
As declarações surgiram após um encontro entre Lula e o presidente paraguaio, Santiago Peña, no Palácio do Itamaraty, em Brasília, sendo a primeira visita oficial de Peña ao Brasil desde que assumiu o governo em agosto do ano passado.
Lula expressou a intenção de rediscutir as tarifas de Itaipu, reconhecendo divergências, mas demonstrou disposição em encontrar uma solução conjunta. Destacou a necessidade de uma reunião futura em Assunção para dar continuidade às tratativas visando a um entendimento definitivo.
A questão das tarifas da Itaipu envolveu uma aprovação, em abril do ano passado, do valor de US$ 16,71 por quilowatt, anunciado como um consenso entre conselheiros brasileiros e paraguaios. No entanto, desde a eleição de Peña como presidente, ele manifestou publicamente a favor de um aumento no preço da energia vendida ao Brasil.
Esta foi pelo menos a quarta reunião entre Lula e Peña desde o ano passado, todas com o tema das tarifas de Itaipu em destaque. Contudo, até o momento, nenhum acordo foi anunciado.
Após 50 anos, Brasil e Paraguai estão revisando o Anexo C do Tratado de Itaipu, que trata das bases financeiras e da prestação de serviços de eletricidade do empreendimento.
Com o pagamento da dívida do Paraguai em fevereiro do ano passado, o Anexo C pode ser revisado, conforme prevê o tratado. A energia gerada por Itaipu, não totalmente consumida pelo Paraguai, é revendida ao Brasil, alimentando o interesse em aumentar o valor da tarifa.
Além das discussões sobre Itaipu, durante a declaração à imprensa, Lula e Peña mencionaram um convite para uma visita conjunta a Porto Murtinho, em Mato Grosso do Sul, onde está sendo construída uma nova ponte de integração binacional entre os dois países.
O projeto envolve a retomada da obra do lado brasileiro e a construção da parte paraguaia, buscando fortalecer a integração entre as nações vizinhas.