Por: Sidney Araujo
Foto Destaque: Reprodução
O governador de Goiás Ronaldo Caiado (UB) fez uma postagem em suas redes sociais criticando a fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que comparou a situação dos palestinos na Faixa de Gaza ao Holocausto. Na publicação, que foi feita na tarde deste domingo (18/02), Caiado diz que Lula foi desastroso e causou “extrema indignação”.
Para o governador, a declaração é um “completo desrespeito absoluto ao povo de Israel” e mostra que o chefe de estado do Brasil está desconectado com a realidade do país e do mundo. Em outra parte do texto, Caiado afirma que o presidente precisa se retratar com o povo judeu.
“Não é aceitável cercear o direito de Israel de se defender neste conflito, que se reacendeu por um ataque covarde do Hamas, uma célula terrorista. Relativizar o Holocausto, onde judeus eram incinerados ou mortos em câmaras de gás, é querer reescrever um dos capítulos mais terríveis da história mundial”, disse Caiado.
Vale destacar que Ronaldo Caiado é um dos fortes nomes para concorrer à presidência do Brasil em 2026. Aliado de Bolsonaro e o governador mais bem avaliado do país, Caiado já confirmou presença no ato do ex-presidente que acontecerá na Avenida Paulista, na capital de São Paulo, no próximo dia 25 de fevereiro.
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Causa extrema indignação a desastrosa fala do presidente Lula, ao comparar o conflito na Faixa de Gaza ao Holocausto nazista. Trata-se de um desrespeito absoluto ao povo de Israel e mostra o quanto Lula está desconectado com a realidade do país e do mundo.
Não é aceitável…
— Ronaldo Caiado (@ronaldocaiado) February 18, 2024
(Reprodução/Twitter)
A fala de Lula
A declaração do presidente brasileiro aconteceu durante uma rodada de perguntas de jornalistas em Adis Abepa, na Etiópia, onde Lula participou neste fim de semana de uma reunião da cúpula com os países que fazem parte da União Africana. Entretanto, em uma das perguntas Lula chamou a atenção pelo fato de ter comparado os dois momentos históricos.
“O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando o Hitler resolveu matar os judeus”, disse ele.
Além do mais, na reunião Lula questionou a decisão de alguns países de suspender verbas à agência da ONU que dá assistência aos palestinos, a UNRWA. A suspensão havia acontecido porque Israel acusou funcionários da agência de envolvimento com o Hamas.
Além de Caiado, a fala gerou reações no Brasil e mundo
A declaração de Lula gerou uma forte indignação de autoridades nacionais e internacionais. Dentre elas, as mais diversas instituições judaicas, que acreditam que a comparação entre palestinos afetados pelos ataques de Israel ao genocídio da segunda guerra mundial é uma forma de “banalizar o Holocausto”.
A Conib (Confederação Israelita do Brasil) emitiu uma nota repudiando a declaração. “Essa distorção perversa da realidade ofende a memória das vítimas do Holocausto e de seus descendentes”.
הדברים של נשיא ברזיל מבישים וחמורים. מדובר בזילות השואה ובניסיון לפגוע בעם היהודי ובזכותה של ישראל להגן עצמה.
ההשוואה בין ישראל לשואת הנאצים ולהיטלר היא חציית קו אדום. ישראל נלחמת למען הגנתה והבטחת עתידה עד לניצחון המוחלט והיא עושה זאת תוך שמירה על הדין הבינלאומי.
החלטתי עם…
— Benjamin Netanyahu – בנימין נתניהו (@netanyahu) February 18, 2024
(Primeiro ministro de Israel afirma que Lula “cruzou uma linha vermelha”. Reprodução/Twitter)
Por outro lado, a Ministra dos Povos Indígenas Sônia Guajajara, também pelo X, defendeu Lula e reforçou que a fala se faz necessária devido aos acontecimentos.
“Já são mais de 20 mil mortos palestinos através de ataques promovidos por Israel. Que esse posicionamento incentive outros países a condenarem a desumanidade que estamos vendo dia após dia”, disse ela
A reação mais controvérsia foi a do grupo terrorista Hamas, que soltou uma declaração na noite deste domingo (18) em um dos seus canais do Telegram apreciando a fala de Lula.
“Essa declaração vem no contexto de uma descrição precisa daquilo a que nosso povo está exposto e revela a grandeza do crime sionista cometido com cobertura e apoio aberto do governo norte-americano liderado pelo presidente Biden”, disse o grupo.