Queda na safra de grãos de Goiás deve ter influência do El Niño

Por: Redação

Foto Destaque: Reprodução

O El Niño, que é marcado por chuvas irregulares e o aumento da temperatura, deve trazer alguns estragos ao produtores de grãos de Goiás neste primeiro semestre de 2024. De acordo com informações de Pedro Leonardo Rezende, que é secretário da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Goiás, os efeitos climáticos devem provocar uma queda de até 10% na produção de grãos do Estado. No último ciclo, a produção foi de 33 milhões de toneladas.

Inicialmente, existia a projeção de uma redução de 15% a 23% na produção, mas alguns produtores podem sofrer um pouco mais. Isso acontece porque o custo maior de produção e a baixa no preço da commodity podem tirar o equilíbrio ao balanço final mensal e trazer prejuízos diversos para alguns produtores.

Dentre alguns gastos, existe a preocupação com o maquinário que precisa ser renovado e produtos indispensáveis para o cultivo, como insumos e adubação. Pensando em algumas ações emergenciais para amenizar a situação, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse que recursos de capital de giro serão colocados à disposição dos produtores e cooperativas, com três anos para pagamento.

Fávaro declarou que está sendo realizado um “estudo profundo” sobre a ampliação da subvenção do seguro rural, em torno de R$ 1 bilhão atualmente, dentro do Plano Safra 2024/2025. A possibilidade é utilizar parte dos recursos destinados ao Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) que, sozinho, recebeu R$ 10 bilhões no ano passado.

José Mário Schreiner, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), avalia que a combinação entre clima desfavorável e preço baixo é uma das piores possíveis e o produtor dependerá de políticas públicas para se recuperar e não correr ainda mais riscos de endividamento com o crédito privado.

“Precisamos turbinar o crédito público e é isso que estamos conversando com o governo federal. O produtor está preparado para enfrentar esse desafio, que é momentâneo. Isso é uma roda gigante que sobe e desce, mas acho que os produtores vão conseguir suportar bem”.

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