Caiado afirma que não irá tolerar invasões do MST em Goiás

Por: Sidney Araujo

Foto Destaque/Montagem: (Caiado: Zeca Ribeiro – Câmara dos Deputados/MST: Reprodução/Redes Sociais)

O governador Ronaldo Caiado (UB) declarou nesta segunda (15) que não irá tolerar nenhuma invasão de terra do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) em Goiás. A fala vem no momento em que o MST iniciou uma série de invasões chamada “abril vermelho”. Neste período, o movimento organiza marchas e acampamentos em todo o Brasil.

O governador chegou a dizer ao Jornal O Globo que estava trabalhando para que as forças de segurança e a inteligência interceptasse qualquer ônibus com invasores e que poderia mobilizar a “tropa de choque” para evitar novas ações do movimento.

“Minha tropa de choque está na região, já fizemos um bloqueio de um ônibus. Estamos com força de segurança e inteligência, vamos bloquear os ônibus que estão indo para a invasão. Se ele chegarem lá, vamos levar para a delegacia para fazer BO. Não vai ter invasão porque eu vou tirar todos”, disse ele ao jornal O Globo.

Ao todo, neste final de semana 21 invasões aconteceram na Bahia, Pernambuco (duas invasões), Ceará, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Goiás, São Paulo, Sergipe, Rio Grande do Norte e Pará. Essas movimentações acontecem no mês de aniversário do massacre de Eldorado dos Carajás, que foi um evento que deixou 19 mortos há 28 anos.

Invasão é desmobilizada pela polícia

No estado de Goiás, cerca de mil famílias invadiram uma área de 8 mil hectares da usina CBB, em Vila Boa de Goiás. O caso aconteceu na madrugada de domingo para segunda em ação coordenada pelo Movimento Sem-Terra.

Apesar disso, o acampamento de Vila Boa de Goiás, que foi batizado com o nome de  “Dona Lindú” em honra à mãe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi desmobilizado ainda na tarde desta segunda (15).

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de Goiás, todas as invasores deixaram o local pacificamente e apenas 6 pessoas foram indiciadas por ameaça, danos e outros crimes.

Em relação ao acampamento com 400 famílias na propriedade Sítio Novo, em Itaberaí (GO), o governo do estado informou que as terras foram cedidas pelos donos ao movimento e que eles devem vender o terreno para a Reforma Agrária.

Posição do MST sobre as invasões 

Nas redes sociais, o Movimento Sem-Terra se posicionou afirmando que as ações são permitidas pela lei e que “lutar pela reforma agrária não é crime”.

“A ação compõe a Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária, com o lema “Ocupar para o Brasil Alimentar!”, afirma a postagem.

Ainda nesta segunda (15), o governo Lula lançou o programa “Terra da Gente” que tem o objetivo de acelerar a Reforma Agrária no Brasil. Em evento do Palácio do Planalto, o presidente não citou as recentes invasões do MST.


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