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Por: Tatiane Braz/portalfalacanedo.com.br
Foto: Reprodução/Bloomberg/Getty Images
Instabilidade no mercado global de petróleo devido ao conflito entre Israel e Irã: Brasil se prepara para possíveis impactos
Na última segunda-feira (15), os preços do petróleo, que haviam atingido valores altos na sexta-feira (12) em resposta ao anúncio de retaliação do Irã a Israel, voltaram a se estabilizar. A escalada da guerra entre os dois países tem abalado o mercado do petróleo, elevando significativamente os preços.
No sábado (13), quando o Irã lançou dezenas de drones e mísseis contra Israel em resposta a um suposto ataque israelense em 1º de abril que resultou na morte de militares importantes, o valor do barril de petróleo Brent, produzido no mar do norte da Europa, chegou a U$ 92, cerca de R$ 477, um patamar não visto desde outubro de 2023, quando houve uma escalada anterior nos preços, fechando a U$ 91,50, cerca de R$ 462.
Entretanto, nesta segunda-feira, os preços voltaram a se equilibrar e fecharam em U$ 89, cerca de R$ 461. Especialistas alertam que se a tensão persistir entre os dois países, é provável que ocorram mais instabilidades nos preços dos combustíveis.
Em entrevista à Rádio Nacional de Brasília, o professor de Relações Internacionais da USP, Pedro Dallari, mencionou que um aumento das hostilidades na região do Golfo Pérsico poderia ter um efeito significativo no fornecimento global de petróleo e, consequentemente, nos preços do barril em todo o mundo. Ele destacou que o Brasil também será impactado por essa escalada.
Além disso, outros especialistas estão atentos à possível resposta de Israel, que, se reagir, pode agravar ainda mais a situação. No âmbito nacional, o Brasil está acompanhando de perto o conflito e seus efeitos no mercado do petróleo.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou a criação de um grupo de especialistas para monitorar os impactos no mercado interno após o ataque do Irã a Israel no último sábado (12).
Segundo Alexandre, o país sofre com os impactos quando há restrições na produção ou comercialização do petróleo, assim como outros países.
Ele afirmou que a equipe seguirá monitorando a variação dos preços do barril do petróleo no mercado internacional e que o Brasil está preparado para agir com os mecanismos disponíveis, respeitando a governança do setor privado e da Petrobras.
O ministro já está em contato com distribuidoras de combustíveis, com a Petrobras e com membros da cadeia de suprimentos de petróleo no Brasil para que o país se prepare para um possível aumento dos preços, caso a situação continue oscilando e o conflito persista.