Investigação revela tentativa de impedir atuação do magistrado Alexandre de Moraes em inquérito sobre atos golpistas de 8 de janeiro
Por: Alex Alves
Foto: Destaque/Agência Brasil
A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira dois indivíduos acusados de ameaçar a família do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A ação ocorreu em decorrência de uma investigação que apontou a tentativa de impedir o trabalho do magistrado, especialmente em relação ao inquérito que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro em Brasília.
Os detidos, identificados como o 2º sargento fuzileiro naval Raul Fonseca de Oliveira, de 43 anos, e seu irmão, o técnico eletricista Oliveirino de Oliveira Júnior, de 47 anos, foram presos preventivamente em São Paulo e no Rio de Janeiro, respectivamente. Segundo fontes da PF, eles estariam monitorando a rotina dos familiares de Moraes e enviaram ameaças por e-mail, com detalhes sobre os parentes do ministro.
As diligências foram autorizadas pelo próprio Moraes, atendendo a solicitação da Procuradoria-Geral da República (PGR). Além das prisões, foram realizadas cinco ações de busca e apreensão para investigar se os suspeitos planejavam colocar as ameaças em prática.
O conteúdo das mensagens enviadas pelos acusados, com referências a “comunismo” e “antipatriotismo”, evidencia a tentativa de restringir o livre exercício da função judiciária pelo magistrado do STF. A PGR destacou a gravidade das ameaças e o perigo concreto que representam para a integridade física e emocional das vítimas.
Desde 2022, Moraes tem segurança reforçada devido a ameaças recebidas pela internet. Ele é o responsável pelo inquérito que investiga ameaças contra a Corte e suas instituições, enfrentando hostilidades até mesmo no exterior. Em meio ao julgamento sobre um recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o magistrado lembrou ter sido ameaçado pelo Primeiro Comando Capital (PCC) quando era secretário de Segurança Pública de São Paulo.
A prisão dos extremistas ressalta a importância de garantir a segurança dos magistrados e de suas famílias para proteger o Estado de Direito e as instituições democráticas. A PF continua apurando se outras pessoas estão envolvidas nas ameaças contra Moraes e seus familiares.