Ministra da Segurança afirma que não recebeu pedido de extradição; Polícia Federal brasileira planeja encaminhar solicitação na próxima semana
Por: Redação
Foto: Matias Baglietto/Reuters
O governo argentino declarou neste sábado (8) que não possui informações sobre brasileiros envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, que teriam pedido refúgio na Argentina. A ministra de Segurança da Argentina, Patrícia Bullrich, afirmou que ainda não recebeu nenhum pedido formal de extradição e que o governo não tem registros da entrada de brasileiros foragidos.
“Até agora, não temos nenhuma informação desse tipo. Não temos alerta vermelho sobre essas pessoas”, disse Bullrich em entrevista à Rádio Mitre, da Argentina. A ministra mencionou que, até o momento, o pedido de extradição permanece uma questão de propaganda, sem um embasamento jurídico. “Uma coisa é que o Brasil peça (a extradição), outra é que haja já um processo, uma condenação. É difícil pedir extradição se não houver uma causa judicial ou um alerta de algum tipo. Também não temos nenhuma lista (de brasileiros). Por enquanto, isso se mantém como uma propaganda, mas não em um fato jurídico”, explicou.
A Polícia Federal brasileira anunciou na sexta-feira (7) que enviará um pedido de extradição ao país vizinho na próxima semana. As investigações da operação Lesa Pátria revelaram que foragidos dos ataques contra a democracia entraram na Argentina e pediram refúgio. Aproximadamente 65 desses indivíduos foram identificados pelas autoridades argentinas, mas nenhum deles passou pelos controles migratórios convencionais.
Relatórios indicam que esses brasileiros podem ter entrado na Argentina de maneiras não usuais, como em porta-malas de veículos, caminhando pela ponte na fronteira, ou atravessando o rio Paraná. Todas as fugas ocorreram em 2024.
Essas investigações vieram à tona após uma megaoperação da Polícia Federal na semana passada, destinada a prender envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes em Brasília foram invadidas e depredadas.
Este foi o primeiro posicionamento oficial do governo argentino após o anúncio da Polícia Federal do Brasil sobre a intenção de enviar o pedido de extradição. A situação permanece em desenvolvimento, e as autoridades de ambos os países devem continuar monitorando e agindo conforme novos fatos surgem.
