Crescimento alarmante de queimadas ameaça Pantanal, Cerrado e Amazônia

El Niño e desmatamento intensificam incêndios nos três principais biomas brasileiros, causando desequilíbrios ecológicos graves

Por: Alex Alves

Foto: Reprodução/PublicDomainImages por Pixabay


Nos primeiros cinco meses de 2024, o bioma Pantanal registrou 899 focos de queimadas, um aumento impressionante de quase 900% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Os dados, fornecidos pelo Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), destacam um cenário preocupante para a região. O fenômeno climático El Niño tem sido um dos principais fatores por trás desse crescimento, provocando uma seca extrema que resultou em chuvas entre 600 e 800 milímetros, muito abaixo da média histórica esperada de 1.400 mm para o período.

A situação crítica no Pantanal é apenas uma parte do quadro mais amplo que afeta os biomas Cerrado e Amazônia. No Cerrado, o número de queimadas nos primeiros cinco meses de 2024 atingiu 8.012 focos, representando um aumento de 37% em relação ao mesmo período de 2023, quando foram registrados 5.850 focos. O estado de Mato Grosso lidera o número de queimadas no Cerrado, concentrando 23,3% dos focos, seguido por Tocantins com 22,8% e Maranhão com 13,1%.

A Amazônia, por sua vez, registrou um aumento alarmante de 102% nos focos de queimadas entre janeiro e maio de 2024, totalizando 10.647 focos em comparação aos 5.269 focos do mesmo período de 2023. Este crescimento exponencial coloca em risco a maior floresta tropical do mundo, agravando a crise ambiental na região.

Especialistas em conservação, como Daniel Silva do WWF-Brasil, alertam que a conversão e o desmatamento do Cerrado têm efeitos cascata que desequilibram outros ecossistemas. “O desmatamento no Cerrado afeta a disponibilidade hídrica em outros biomas como a Amazônia e o Pantanal, contribuindo para secas, aumento das queimadas, ondas de calor e até tempestades severas, como as que recentemente atingiram o Rio Grande do Sul”, comenta Silva.

A intensificação das queimadas e a devastação florestal demandam ações urgentes de monitoramento e políticas ambientais mais rigorosas para preservar esses biomas essenciais à biodiversidade e ao equilíbrio climático global.

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