Governo trabalha para pôr fim à greve nas Universidades e Institutos Federais

Encontro entre Lula, ministros e reitores tenta resolver paralisação que já se arrasta por quase dois meses

Por: Redação

Foto: Reprodução/Minervino Júnior/CB/D.A.Press


A greve nas universidades e institutos federais se arrasta há quase dois meses para os docentes e mais de 90 dias para os técnicos-administrativos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, juntamente com os ministros Camilo Santana (Educação) e Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação), se reunirá hoje às 10h com reitores para discutir diretrizes e anunciar reforço de recursos para o ensino superior, buscando pôr fim à paralisação.

O governo deve incluir o Ministério da Educação (MEC) no Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) e recompor o orçamento das universidades, atualmente insuficiente. A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) estima que um aporte de R$ 2,5 bilhões é necessário para atender às demandas, mas, na semana passada, foi anunciada uma recomposição de apenas R$ 250 milhões.

Márcia Abrahão, presidente da Andifes e reitora da Universidade de Brasília (UnB), destacou que o encontro é fruto de uma demanda dos dirigentes desde janeiro, visando ao cumprimento das promessas feitas durante a campanha eleitoral. Além do orçamento, a pauta da reunião inclui as obras do PAC e a importância das universidades para a sociedade.

Outro ponto crucial da greve é a recomposição salarial. Os docentes reivindicam reajustes de 3,69% em 2024, 9% em 2025 e 5,16% em 2026. O Comando Nacional de Greve do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) argumenta que o impacto financeiro seria viável e não exigiria grandes montantes de recursos.

Até a Comissão Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) se envolveu para mediar o fim da greve. Novas rodadas de negociação estão previstas para esta semana, incluindo reuniões entre o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), o MEC e os técnicos paralisados, além de encontros com os docentes.

David Lobão, coordenador-geral do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), expressou esperança nas negociações, mas criticou a exclusão dos sindicatos da reunião sobre o PAC. A mobilização continuará, com um ato na Praça dos Três Poderes, visando reforçar a importância de uma proposta que contemple as reivindicações de carreira e reajuste salarial.

Em 27 de maio, um acordo foi firmado entre o MGI e a Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais (Proifes), sem o apoio do Andes, prevendo reajustes a partir de 2025. Contudo, o acordo foi suspenso na Justiça. O presidente da Proifes, Wellington Duarte, considerou o trato quase integralmente atendido, mas David Lobão alertou sobre a insatisfação e a possibilidade de desrespeito aos grevistas.

A Comissão de Educação da Câmara aprovou a criação de um grupo de trabalho para analisar as demandas das instituições em greve. Parlamentares da base governista assinaram uma carta em apoio à greve. Segundo o balanço do movimento, 62 instituições estão paradas, com mais três previstas para aderir hoje.

A reunião de hoje é vista como crucial para acelerar a construção de um acordo que possa pôr fim à greve, considerada fundamental para a valorização da educação e a reconstrução do país.

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