Por: Redação
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A Corregedoria da Polícia Militar de Goiás concluiu uma investigação que revela uma perturbadora realidade: policiais suspeitos de manipular um confronto que resultou em duas mortes, em Goiânia, apresentaram versões conflitantes e alteraram evidências para justificar suas ações. O inquérito, obtido detalha as contradições nos depoimentos dos agentes, incluindo discrepâncias nos relatos sobre motivações, disparos e até horários da ocorrência.
Os policiais envolvidos no incidente chegaram a ser detidos durante as investigações, porém, encontram-se em liberdade atualmente. O 1º Tenente Alan Kardec Emanuel Franco é apontado como responsável direto por crime de fraude processual, além de ser implicado indiretamente nos dois homicídios. Da mesma forma, o 2º Tenente Wandson Reis Dos Santos enfrenta acusações diretas pela morte de Júnior José e por fraude processual. O 2º Sargento Marcos Jordão Francisco Pereira Moreira e o 3º Sargento Wellington Soares Monteiro são acusados diretamente pelas mortes e por fraude processual. Os Soldados Pablo Henrique Siqueira e Silva e Diogo Eleuterio Ferreira também são implicados, indiretamente, por fraude processual e pela participação intelectual e apoio material nos dois homicídios.
A Polícia Militar ainda não se posicionou oficialmente sobre as conclusões do inquérito, porém, até o momento da última atualização, não houve resposta. A corporação declarou que está cumprindo todas as medidas determinadas pelo Poder Judiciário, mas não esclareceu se os policiais citados foram afastados das ruas.
A ocorrência em questão ocorreu em 1º de abril no Setor Jaó e resultou na morte de Marienes Pereira Gonçalves e Júnior José de Aquino Leite, suspeitos de extorsão, tentativa de sequestro e roubo. Um vídeo gravado por uma das vítimas mostra que nenhum dos suspeitos reagiu, apesar disso, ambos foram baleados. O vídeo também sugere uma possível simulação de confronto, com policiais sacando armas e efetuando disparos.
O inquérito destaca divergências nos depoimentos dos policiais e de testemunhas, bem como nos vídeos divulgados pela imprensa e nos relatos iniciais registrados no boletim de ocorrência. As discrepâncias incluem horários conflitantes e versões variadas sobre a motivação da ação policial, desde extorsão a uma invasão a uma fazenda e repressão a uma suposta quadrilha.
Marienes Pereira Gonçalves e Júnior José de Aquino Leite, mortos em ação da Polícia Militar — Foto: Reprodução