Polícia Civil prende advogados e funcionários de banco em seis estados; OAB-GO acompanha investigação para garantir direitos dos envolvidos
Por: Redação
Foto: Divulgação/PC-GO
A Polícia Civil prendeu quatro advogados e funcionários de banco suspeitos de integrar um esquema de fraude que desviou R$ 31,8 milhões por meio de pagamentos judiciais. A Operação Alvará Criminoso foi deflagrada na manhã desta quarta-feira (18) em Goiás e outros cinco estados, cumprindo diversos mandados de prisão.
A Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Goiás (OAB-GO) acompanhou toda a investigação para assegurar os direitos e prerrogativas dos advogados, bem como o respeito ao contraditório e à presunção de inocência. Em nota, a entidade reafirmou seu compromisso com a ética e a justiça.
Segundo o delegado William Bretz, responsável pelo caso, esta é a segunda fase da operação iniciada em novembro de 2022, quando 30 mandados de prisão foram cumpridos. “O grupo era especializado em fraudar alvarás de pagamentos judiciais”, explicou Bretz.
De acordo com as investigações, os advogados presos tinham acesso ao sistema do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) e utilizavam suas próprias credenciais para pesquisar processos que estavam parados há muito tempo. Eles criavam alvarás falsos, nos quais apareciam como juízes, e ordenavam a liberação de valores depositados nesses processos.
O grupo criminoso estava bem organizado, com funções específicas para cada integrante. Havia núcleos financeiro, jurídico, de fraude nos alvarás e de lavagem de dinheiro. Os funcionários do banco envolvidos no esquema trocavam informações sobre contas judiciais com os demais criminosos, permitindo saques que variavam entre R$ 77 mil e R$ 22 milhões.
Quatro advogados e funcionários de banco estão entre os presos suspeitos de fraudar R$ 31,8 milhões em pagamentos judiciais, informou a Polícia Civil. A Operação Alvará Criminoso cumpriu mandados de prisão na manhã desta quarta-feira (18) em Goiás e outros cinco estados.
Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Goiás (OAB-GO), afirmou que acompanhou toda a investigação para garantir os direitos e prerrogativas dos advogados, bem como o respeito ao contraditório e à presunção de inocência (confira a nota na íntegra ao final texto).
Segundo o delegado responsável pelo caso, William Bretz, essa é a segunda fase da operação, que teve início em novembro de 2022, quando cumpriram 30 mandados de prisão. O delegado afirmou que esse grupo era especializado em recebimento de alvarás de pagamentos judiciais fraudados.
De acordo com a investigação, os advogados presos tinham acesso ao sistema do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) e usavam as próprias senhas para pesquisar processos que estavam em pausa há muito tempo. Com acesso ao sistema, os suspeitos criavam falsos alvarás onde seus nomes apareciam como juízes, dando ordens para que bancos liberassem valores depositados nos processos em pausa.
De acordo com o delegado, os suspeitos tinham funções definidas dentro do grupo criminoso. Os “núcleos” eram divididos entre financeiro, jurídico, o de fraude nos alvarás e o de responsáveis pela lavagem do dinheiro adquirido com os processos
Havia ainda pessoas responsáveis por receber os valores e outras para lavar o dinheiro. Já os funcionários do banco, trocavam informações com os outros criminosos sobre as contas judiciais. De acordo com o delegado, os saques feitos pelos criminosos variam entre R$ 77 mil até R$ 22 milhões.
A polícia não informou de qual banco o suspeito era gerente.
Até mesmo quem foi preso na primeira fase da operação, recebia os valores das fraudes e foram alvos de mandados nesta terça-feira novamente. Como exemplo, William citou um dos presos na primeira operação, que está detido em um presídio de Aparecida de Goiânia e recebeu mais de R$ 3 milhões por meio do grupo criminoso.
Eles foram presos hoje novamente por outro crime que eles cometeram, em especial lavagem de capitais, que não havia sido identificado um primeiro momento”, afirmou o delegado.
Ainda segundo a Polícia Civil, o crime foi descoberto pelo serviço de inteligência do próprio tribunal, que, ao perceber as fraudes, acionou os policiais. Quando o crime foi descoberto, os criminosos já haviam sacado mais de R$ 30 milhões por meio dos alvarás fraudulentos.