Esquema das joias envolveu R$ 6,8 milhões; Bolsonaro recebeu valores em espécie, afirma PF

Dinheiro proveniente da venda de joias sauditas teria sido entregue pelo general da reserva Mauro Cid

Por: Redação

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil/Arquivo

A Polícia Federal (PF) afirmou em um relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu US$ 25 mil (aproximadamente R$ 136 mil na cotação atual) em dinheiro vivo, entregues pelo general da reserva Mauro Cid. A origem do dinheiro seria a venda de joias sauditas recebidas durante uma viagem ao exterior.

As investigações revelaram que o valor foi retirado nos Estados Unidos e trazido ao Brasil com o objetivo de evitar a fiscalização dos órgãos de controle financeiro, dificultando a descoberta do esquema pelas autoridades. Segundo o relatório, a movimentação totalizou R$ 6,8 milhões provenientes da venda das joias.

Para fundamentar as acusações, a PF identificou comprovantes de transferências bancárias em contas ligadas a Mauro Cid. Essas contas teriam sido usadas para movimentar os valores obtidos com a venda das pedras preciosas. O relatório também menciona que uma nova joia foi levada aos EUA para comercialização.

“Os elementos de prova colhidos demonstraram que Mauro Cesar Cid recebeu, em nome e em benefício de Jair Messias Bolsonaro, pelo menos 25 mil dólares, que teriam sido repassados em espécie para o ex-presidente, visando, de forma deliberada, não passar pelos mecanismos de controle e pelo sistema financeiro formal. Os dados ainda indicam a utilização de uma conta bancária, provavelmente vinculada a Cid, para movimentação de valores, que podem ser oriundos da venda de outros itens ainda não identificados, recebidos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e desviados do acervo público brasileiro pelos investigados”, destaca um trecho do relatório policial.

Além de Bolsonaro, foram indiciados o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, seu pai Mauro Cesar Cid, e os advogados Frederick Wassef e Fabio Wajngarten, entre outros. O inquérito segue para novas deliberações, e o sigilo foi retirado pelo ministro Alexandre de Moraes, que solicitou à Procuradoria-Geral da República (PGR) um parecer sobre o caso.

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