Por: Redação
Foto destaque: Reuters
Em um comício dramático que deixou uma marca indelével na campanha presidencial de 2024, Donald Trump sobreviveu por pouco a uma tentativa de assassinato na Pensilvânia. O ex-presidente, de pé com o punho erguido e sangue espalhado pelo rosto, foi fotografado diante de uma bandeira americana tremulando sob um céu azul, criando uma nova imagem icônica da campanha.
“Não há lugar nos Estados Unidos para este tipo de violência”, declarou Trump, enquanto seus apoiadores, que momentos antes temiam por suas vidas, começaram a aplaudir. “Lute! Lute! Lute!”, exclamou ele, em um gesto desafiador.
O ataque, perpetrado por Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, expôs a fragilidade da segurança mesmo nos mais altos níveis da política presidencial, abalando a confiança em medidas como blindagem magnética, limusines à prova de balas e agentes do Serviço Secreto fortemente armados.
Em um raro pronunciamento no Salão Oval, o presidente Joe Biden apelou para a calma, pedindo que os americanos baixassem a temperatura do debate político. “Nunca deve ser transformado num campo de batalha e, Deus não permita, em um campo de extermínio”, alertou Biden. “Não importa quão fortes sejam nossas convicções, nunca devemos descambar em violência.”
O incidente intensificou o diálogo partidário, com republicanos condenando o presidente Biden e os democratas por criarem um ambiente retórico propício à violência. Eles apontam os alertas democratas sobre a possibilidade de Trump se tornar um ditador como exemplos de linguagem exagerada que pode motivar um assassino. Comentários vazados de Biden, feitos em conversa privada com doadores sobre colocar um “alvo” em Trump, foram citados como evidência.
Donald Trump Jr. criticou duramente os democratas, afirmando que “é quase como se eles adorassem que isso tenha acontecido”. Ele argumentou que, após a tentativa de assassinato, os partidários da esquerda não podem mais acusar seu pai de responsabilidade pelo ataque de 6 de janeiro ao Capitólio dos EUA.
Os motivos e afiliações políticas do atirador ainda não foram totalmente revelados, mas a tentativa de assassinato já começou a remodelar a campanha presidencial. Na Convenção Nacional Republicana, que começa hoje em Milwaukee, o incidente dará novo fôlego às alegações de perseguição que Trump vem usando como pilar de sua campanha.
A imagem de Trump evitando a morte e seu subsequente discurso desafiador reforçam a narrativa de masculinidade e força que sua campanha está tentando projetar, em contraste com a percepção de fraqueza do presidente Biden, cuja idade e lapsos têm sido uma preocupação constante.
A tentativa de assassinato pode até proporcionar uma oportunidade para Biden, desviando temporariamente o foco de suas dificuldades. No entanto, a campanha de reeleição do presidente, que se baseia em retratar Trump como um perigo para a nação, pode enfrentar obstáculos se o público se tornar hostil a novas críticas ao ex-presidente.
Os democratas já retiraram todas as propagandas negativas dirigidas a Trump e adiaram uma viagem ao Texas planejada para hoje, mas precisarão voltar à ofensiva para reverter a estreita liderança que Trump tem mantido nas pesquisas.
A tragédia de sábado à noite mostrou que as expectativas e narrativas políticas podem mudar rapidamente, deixando os democratas com menos tempo, recursos financeiros e espaço político para virar o jogo a seu favor antes da eleição.