Revolta da extrema direita com cena de Drag Queens na abertura das Olimpíadas de Paris 2024

Extrema direita critica encenação de ‘A Última Ceia’, enquanto defensores destacam celebração da diversidade

Por: Redação

Foto: Reprodução/@Olympics no X

A cerimônia de abertura das Olimpíadas de Paris 2024 continua a repercutir intensamente nas redes sociais e no cenário político internacional. Uma das apresentações mais comentadas foi uma encenação artística do quadro “A Última Ceia” de Leonardo da Vinci, protagonizada por drag queens, entre outras figuras diversas. A cena gerou duras críticas de políticos de extrema direita, que a acusaram de “blasfêmia” e “intolerância religiosa”.

A obra de Leonardo da Vinci, que retrata a última refeição de Jesus Cristo com seus discípulos, foi reinterpretada em dois momentos distintos durante a cerimônia. Inicialmente, um desfile de moda ocorreu sobre a mesa, cercada por frutas. Posteriormente, na seção “Unidos na Diversidade”, a releitura do quadro incluiu uma performance de dança com influências da comunidade LGBTQIA+. Nesta parte, personagens cristãos foram retratados por homens, mulheres, crianças e drag queens notórias, como Nicky Doll, Paloma e Piche, além da modelo transgênero Raya Martigny.

 

A performance atraiu críticas severas de figuras políticas da extrema direita mundial. No Brasil, os deputados bolsonaristas Carla Zambelli (PL-SP) e Nikolas Ferreira (PL-MG) foram enfáticos em suas condenações. Zambelli, em uma postagem no X (antigo Twitter), comentou: “Uma festa que tinha de tudo para ser linda e participativa, exceto quando a cultura woke contamina o país e imprime sua intolerância com os Cristãos do mundo todo”. Na França, Marion Marechal, deputada do partido Reunião Nacional, afirmou que a performance não refletia a opinião da França, mas de uma minoria de esquerda disposta a provocar.

Foto: Reprodução/X

 

Em contrapartida, muitos viram a apresentação como uma celebração da diversidade e uma expressão artística alinhada com o mundo contemporâneo. Um usuário do X observou: “Só vejo transformistas em torno de uma mesa. Nada de mais. Se o objetivo era fazer uma releitura d’A Última Ceia, também não há problema algum, afinal, todos aí são filhos de Deus. Um transformista tem tanto valor quanto qualquer outra pessoa”.

Foto: Reprodução/X

O termo “woke”, utilizado por Zambelli, originou-se do inglês e significa “acordado”. Ganhou popularidade com o movimento Black Lives Matter, que denuncia a brutalidade policial contra pessoas afrodescendentes. Hoje, “woke” tem um significado mais amplo, representando uma consciência sobre diversas questões sociais e políticas.

A abertura das Olimpíadas de Paris 2024, com sua ousada e inclusiva encenação, acendeu um debate global sobre diversidade e inclusão. As reações polarizadas destacam as tensões atuais em torno de temas culturais e sociais, evidenciando como eventos artísticos podem refletir e influenciar a sociedade contemporânea.

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