Por: Alex Alves
Foto: Divulgação/Getty Images
Um estudo recente, conduzido pela Escola Paulista de Enfermagem da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em colaboração com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), revelou que 81% dos adolescentes brasileiros entre 13 e 17 anos apresentam dois ou mais fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). A pesquisa, publicada na revista BMC Pediatrics, analisou os dados de mais de 121.580 jovens e destacou uma preocupação significativa: os jovens de 16 a 17 anos, especialmente na região Sudeste do país, são os mais afetados.
O estudo utilizou informações da Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE) e identificou que as principais doenças associadas são câncer, obesidade, diabetes e problemas cardíacos. A pesquisa também revelou elevados índices de hábitos prejudiciais à saúde entre os adolescentes, incluindo o consumo frequente de refrigerantes (17,2%), bebidas alcoólicas (28,1%), vida sedentária (54,1%), tabagismo (6,8%) e falta de atividade física (71,5%).
Esses dados refletem uma tendência global preocupante. A Pesquisa Global de Saúde do Estudante, que abrange adolescentes de 11 a 17 anos de diversos países, mostrou que 82,4% deles apresentam dois ou mais comportamentos de risco semelhantes. Os pesquisadores atribuem parte dessa realidade à flexibilização das restrições impostas pelos pais durante a adolescência, o que pode permitir maior liberdade na tomada de decisões pessoais.
Alanna Gomes da Silva, pesquisadora da UFMG, ressaltou a importância de estratégias de conscientização para que os jovens assumam o controle de sua saúde. “Os comportamentos adquiridos na adolescência muitas vezes persistem na vida adulta, aumentando o risco de desenvolvimento de várias doenças,” afirmou Silva. O estudo sugere que a implementação de políticas intersetoriais pode ser uma abordagem eficaz para combater esses hábitos prejudiciais e promover uma saúde melhor entre os adolescentes.