Por: Redação
Foto: Juan Barreto/AFP
Em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (29), a líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, declarou que seu grupo venceu as eleições realizadas no domingo (28). Segundo Machado, a oposição possui provas de que o candidato Edmundo González Urrutia obteve 73% dos votos apurados.
“Se eles [governo Maduro] entregarem as atas de votação verdadeiras, as que eles publicaram, imprimiram e que são as que nós temos, eles vão ter que ratificar, vão ter que corrigir a verdade que eles viram ontem nas ruas”, afirmou Machado.
De acordo com os documentos em posse da oposição, González recebeu 6,270 milhões de votos, enquanto Nicolás Maduro obteve 2,759 milhões. “Mesmo que o CNE [Conselho Nacional Eleitoral] decidisse que 100% dos votos das [atas] que faltam são para Maduro, elas não seriam suficientes para mudar o resultado. Com o que nós já temos, a diferença foi tão grande, foi uma diferença avassaladora”, destacou.
Machado, no entanto, foi impedida de concorrer ao pleito. Ela está sendo investigada pelo Ministério Público da Venezuela, vinculado ao governo Maduro, por suposta tentativa de fraude eleitoral e adulteração das atas da eleição.
O CNE anunciou que Maduro venceu a eleição com 51,2% dos votos, com 80% das urnas apuradas. A oposição, no entanto, acusa o governo de fraude e não reconhece a decisão do CNE de declarar a vitória de Maduro.
“Nosso presidente eleito é Edmundo González Urrutia”, reforçou Machado, indicando que a oposição não aceitará os resultados anunciados pelo governo e seguirá contestando a legitimidade do processo eleitoral.
A crise política na Venezuela continua a se aprofundar, com a oposição pedindo transparência e verificação independente das atas de votação. A comunidade internacional observa atentamente, com muitos países expressando preocupação sobre a integridade das eleições venezuelanas.