Pablo Marçal “boca de aluguel de Bolsonaro” se desestabiliza em debate e perde protagonismo na corrida pela Prefeitura de São Paulo

Candidato do PRTB enfrenta críticas contundentes de Tabata Amaral e outros adversários, revelando fragilidades em sua campanha

Por: Redação
Foto: Divulgação/TV Bandeirantes

Pablo Marçal, candidato à prefeitura de São Paulo pelo PRTB e conhecido por sua proximidade ideológica com o ex-presidente Jair Bolsonaro, teve uma estreia conturbada no primeiro debate entre os postulantes ao cargo, realizado pela TV Bandeirantes. Marçal, que já vinha chamando a atenção por suas declarações polêmicas e postura agressiva, especialmente contra mulheres, viu seu desempenho desmoronar diante das críticas incisivas de seus oponentes, principalmente da deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP).

Marçal, que tem se posicionado como um defensor fervoroso das ideias bolsonaristas, tentou usar o debate para consolidar seu espaço entre os eleitores conservadores de São Paulo. No entanto, ao ser confrontado por Tabata sobre sua condenação por formação de quadrilha em um esquema de fraudes bancárias e sua ligação com um partido cujo presidente é supostamente conectado ao PCC, Marçal perdeu o controle.

Tabata, conhecida por seu preparo e firmeza em debates, questionou diretamente se Marçal utilizaria sua “experiência no crime” na administração de São Paulo, caso fosse eleito. A provocação atingiu em cheio o candidato, que, em vez de se defender de forma coerente, partiu para ataques pessoais contra Tabata e outros candidatos presentes. Em resposta, Marçal insinuou que Guilherme Boulos (PSOL) seria usuário de drogas e sugeriu que o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), estava à frente de uma “cidade merda”.

A situação piorou para Marçal quando Boulos, em um golpe calculado, publicou nas redes sociais a sentença que comprovava a condenação de Marçal por formação de quadrilha. A estratégia não só reforçou as acusações contra o candidato do PRTB, mas também minou ainda mais sua credibilidade diante do público.

Ao final do debate, a expectativa de Marçal de se destacar como o principal nome da direita nas eleições municipais foi frustrada. Ricardo Nunes, até então considerado um alvo secundário, assumiu o centro das atenções, sendo criticado pelos demais candidatos, mas conseguindo se manter firme. Tabata, por sua vez, capitalizou o momento ao trazer à tona um antigo caso de agressão envolvendo Nunes, o que gerou ainda mais tensão no palco.

Historicamente, debates eleitorais raramente decidem uma eleição, mas eles podem definir o rumo de uma campanha. No caso de Pablo Marçal, a noite não poderia ter sido pior. O candidato, que começou o debate como uma promessa de protagonismo, saiu dele como alvo de críticas e com uma imagem enfraquecida.

Com menos de dois meses para as eleições, Marçal terá de reavaliar sua estratégia se quiser reverter o desgaste e conquistar os eleitores de São Paulo. O tempo, entretanto, não joga a seu favor.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *