Médica não embarca no avião que caiu em São Paulo por pressentimento do pai: ‘Me comoveu muito”

Por: Redação

Foto Destaque: Reprodução

Uma médica de Cascavel (PR) estava com passagem em mãos para embarcar no avião da Voepass Linhas Aéreas que caiu na última sexta-feira em Vinhedo, no interior de São Paulo. O acidente, que tem a sua causa ainda sendo investigada, acabou matando 62 pessoas.

Porém, a médica Juliana Chimento, que acabou não embarcando no voo, decidiu remarcar a sua viagem de última hora, quando já estava no aeroporto para pegar o avião. Segundo ela, o motivo foi um pressentimento do seu pai.

“Então, filha, se você conseguir para sábado, vai sábado de manhã. Melhor. Vai mais sossegada, tranquila, de boa, chega de tardezinha lá, né, descansa… Tá? Vê aí, se você conseguir marcar pra sábado, você marca pra sábado”, disse seu Altermir Chiumento num áudio pelo WhatsApp para a filha, Juliana Chiumento, que atendeu o pedido do pai e remarcou sua volta para o Rio no sábado.

Em entrevista ao jornal EXTRA, Juliana disse que vem tentando digerir tudo o que aconteceu. Ao chegar no plantão no UPA de Copacabana, no Rio de Janeiro (RJ), ela disse que foi recebida com abraço de todo mundo.

Juliana é carioca e no Rio de Janeiro ela faz especialização em dermatologia e trabalha em unidades de saúde. Porém, em Cascavel ficam o marido, pais e outros parentes. Ela conta que vai até lá periodicamente não só para visitá-los, mas também a trabalho. Juliana tem uma empresa de transporte de urgências e emergências médicas na região. Por isso, faz ao menos uma vez por mês a viagem Rio – Cascavel, sempre com a conexão em Guarulhos. A próxima viagem está programada para o início de setembro.

— A gente que lida com essa questão de vida e morte todos os dias, a gente tenta se preparar. Mas, na verdade, a gente nunca está preparado. Eu choro junto, abraço. E por mais que eu seja médica, nesse meio de vida e morte, essa situação toda me comoveu muito. Tenho certeza de que toda vez que eu embarcar num avião eu vou pensar em tudo o que aconteceu — afirma Juliana.

No sábado, em entrevista à RPC, afiliada da Globo no Paraná, e a outros jornalistas no Aeroporto de Cascavel, onde acompanhava a filha no embarque, seu Altermir se emocionou. Ele contou que era para a filha ter embarcado na quinta-feira, mas o voo foi cancelado por mau tempo, e então remarcaram para sexta-feira.

“Ela estava aqui (no aeroporto), mandou mensagem pra mim, e eu disse pra ela: “Ai, filha, não vai nesse voo, não, deixa pra ir no sábado”. Aí ela: “Tá bom, pai, vou tentar remarcar para sábado”. Aí remarcaram. Quando eu fiquei sabendo (do acidente), desandei no choro em casa por saber que minha filha não estava nesse avião. A gente sente pelos que se foram, mas do outro lado fico feliz de ter minha filha aqui comigo”, contou ele, que resumiu: “Foi pressentimento de pai”.

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