Por: Redação
Foto Destaque: Reprodução/Gabriela Bilo /Folhapress
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta quinta-feira (15/8) que Nicolás Maduro, atual presidente da Venezuela, pode optar por convocar novas eleições ou formar um governo de coalizão com a oposição para solucionar a crise eleitoral que assola o país. Durante uma entrevista à Rádio T, de Curitiba, Lula reforçou que, sem os dados das atas eleitorais, não pode reconhecer a vitória de Maduro, mas também não pode apoiar o candidato opositor, Edmundo González.
“Maduro tem seis meses de mandato ainda, até janeiro do ano que vem. Ele é o presidente independentemente das eleições”, disse Lula, que acrescentou que o líder venezuelano “está devendo explicações” pela demora na divulgação dos dados eleitorais. Lula sugeriu que, se Maduro tivesse bom senso, poderia convocar novas eleições, garantir a participação de todos os candidatos e permitir que observadores internacionais monitorassem o processo, reforçando a transparência.
Para Lula, a solução da crise deve respeitar a soberania da Venezuela, da mesma forma que ele espera que outros países respeitem a soberania do Brasil. No entanto, o presidente brasileiro ressaltou que a falta de clareza nos resultados coloca Maduro em uma posição difícil tanto no cenário doméstico quanto internacional.
Além da proposta de novas eleições, Lula também sugeriu que Maduro considere a formação de um governo de coalizão, como o próprio Lula fez em sua gestão no Brasil. “Muita gente que está no meu governo não votou em mim. E eu trouxe todo mundo para participar do meu governo”, explicou o presidente, defendendo que uma coalizão ampla poderia ajudar a Venezuela a superar o atual impasse.
As declarações de Lula vêm em um momento delicado para a Venezuela, onde a crise política e econômica já dura anos, e as eleições recentes intensificaram as tensões no país. O Brasil, por sua vez, tem mantido um olhar atento sobre a situação, buscando um desfecho que possa trazer estabilidade à região.
Lula, que está em Curitiba para visitar uma fábrica de fertilizantes e a fábrica da Renault, também mencionou que cobrará de Maduro maior transparência nas conversas bilaterais. Amanhã, o presidente segue para o Rio Grande do Sul, onde participará do lançamento de novas moradias do programa Minha Casa Minha Vida, destinadas às famílias desabrigadas pelas enchentes recentes no estado.