Por: Redação
Foto: Reprodução/Metrópoles
A Polícia Civil de São Paulo trouxe à tona detalhes sobre o vocabulário utilizado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) para negociar drogas e despistar as autoridades. Por meio de interceptações de conversas no WhatsApp, os investigadores descobriram que a facção utiliza gírias específicas para se referir à qualidade da cocaína comercializada.
As mensagens interceptadas revelam a comunicação entre Fabiana Lopes Manzini, esposa de Anderson Manzini, conhecido como “Gordo”, um dos líderes da facção, e outros criminosos envolvidos nas operações de tráfico. Presa no ano passado, Fabiana foi identificada como uma das responsáveis por coordenar os negócios de seu marido diretamente do celular, mesmo com ele preso desde 2002.
Em um diálogo com Leandro César de Souza, fornecedor de drogas, Fabiana faz um pedido de amostra de cocaína, utilizando os códigos “escama de peixe” e “azeite”. O termo “escama de peixe” é usado para se referir à cocaína de alta pureza, enquanto “azeite” designa uma droga de qualidade inferior. Essas expressões, aparentemente inofensivas, servem para disfarçar a real natureza das transações e dificultar a ação das forças de segurança.
De acordo com os investigadores, o uso de gírias como essas é uma estratégia comum entre organizações criminosas para evitar que suas comunicações sejam facilmente compreendidas em eventuais interceptações telefônicas. No caso do PCC, essas técnicas se somam a uma rede complexa de comunicação que inclui o uso de celulares dentro de presídios, onde chefes da facção continuam a exercer influência sobre o tráfico de drogas e outros crimes.
As autoridades continuam a investigar o caso, focando em desmantelar o esquema de comunicação entre os integrantes do PCC e interromper o fluxo de drogas no estado. A descoberta das gírias não apenas revela os bastidores das operações criminosas, mas também reforça a importância de uma atuação constante da polícia em monitorar e identificar novas táticas empregadas por essas organizações.
O caso também levanta questões sobre a utilização de tecnologias de comunicação por criminosos, já que aplicativos de mensagens como o WhatsApp têm se tornado ferramentas cada vez mais comuns para o tráfico, principalmente por sua criptografia e aparente segurança.
A investigação sobre o uso de gírias no tráfico de drogas no estado de São Paulo segue em andamento, com mais apreensões e novas revelações esperadas nas próximas semanas. A polícia acredita que desmantelar esses códigos é crucial para enfraquecer a operação de tráfico no estado e combater a facção criminosa que controla boa parte das atividades ilícitas no país.