O grupo libanês responsabiliza Israel pelas explosões de pagers, que atingiram membros do movimento e a população civil; autoridades temem escalada no conflito regional
Por: Redação
Foto: Anwar AMRO/AFP
O Hezbollah declarou nesta quarta-feira (18) que continuará suas operações em apoio à Faixa de Gaza, após explosões simultâneas de pagers em diferentes áreas do Líbano, que resultaram em nove mortos e quase 3 mil feridos. O grupo, que mantém laços estreitos com o Irã, acusou Israel de estar por trás do incidente, classificando-o como um ataque direto contra seus membros e civis libaneses.
“As operações de resistência continuarão para defender o Líbano e apoiar Gaza contra a agressão israelense”, afirmou o Hezbollah em um comunicado. O grupo também prometeu uma “dura retaliação” contra o que chamou de “massacre” promovido por Israel na terça-feira.
As explosões ocorreram em subúrbios ao sul de Beirute e em outras regiões do país, incluindo o Vale de Bekaa, atingindo principalmente membros do Hezbollah. De acordo com o ministro da Saúde do Líbano, Firass Abiad, entre as vítimas estão uma menina e centenas de feridos graves, muitos com lesões no rosto e membros superiores. “Estamos diante de uma tragédia humanitária de grandes proporções, com cerca de 200 pessoas em estado crítico”, disse Abiad.
Fontes regionais indicam que os dispositivos explosivos, que aparentam ser pagers, chegaram ao Líbano carregados com explosivos. A origem desses dispositivos ainda é incerta, mas especulações apontam que eles possam ter vindo de Taiwan. No entanto, a empresa taiwanesa mencionada negou qualquer envolvimento.
O clima de tensão na região segue crescente, especialmente após a ampliação das operações militares israelenses na fronteira com o Líbano. Desde o início do conflito entre Israel e Hamas em outubro de 2023, a fronteira entre Líbano e Israel tem sido palco de confrontos constantes, forçando o deslocamento de milhares de civis dos dois lados.
Organizações internacionais, como a ONU, expressaram preocupação com uma possível escalada do conflito. Jeanine Hennis-Plasschaert, coordenadora especial da ONU para o Líbano, pediu que todas as partes envolvidas evitem ações que possam ampliar ainda mais a crise na região.
Enquanto isso, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, iniciou uma visita ao Egito com o objetivo de mediar negociações por uma trégua, embora fontes próximas a ele não esperem grandes avanços. O risco de um conflito mais amplo continua a preocupar as potências internacionais, especialmente com a crescente participação de forças como o Hezbollah no conflito.