MP de Goiás reabre investigação sobre a morte de Felipe Ramos Morais, delator do PCC, após novas evidências que contestam a versão policial, enquanto o segurança do candidato Pablo Marçal enfrenta questionamentos sobre a operação
Por: Redação
Foto: Reprodução/Instagram
O Ministério Público de Goiás (MPGO) retomou uma investigação contra o tenente-coronel Edson Raiado, segurança particular do ex-coach e candidato à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal. Raiado é acusado de matar Felipe Ramos Morais, ex-piloto da facção criminosa PCC, e mais duas pessoas, durante uma operação policial ocorrida em fevereiro de 2023. O inquérito havia sido arquivado, mas um novo laudo trouxe elementos que levantam dúvidas sobre a versão apresentada pela polícia.
Em 17 de fevereiro de 2023, Raiado e o major Renyson Castanheira Silva invadiram uma fazenda na zona rural entre Abadia de Goiás e Goiânia, onde Felipe, Nathan Moreira Cavalcante, de 21 anos, e Paulo Ricardo Pereira Bueno, de 37, foram mortos. Segundo os policiais, eles revidaram a tiros após serem atacados pelo grupo. A polícia também afirmou que encontraram três armas e 5 kg de cocaína no local.
No entanto, novas evidências, como a ausência de resíduos de pólvora no corpo de Felipe, colocaram em xeque a narrativa dos policiais, que justificaram o uso da força alegando legítima defesa. A reabertura do inquérito ocorre após a apresentação desse laudo pericial, que indica a possibilidade de os três homens estarem desarmados no momento do confronto.
Contestação dos Familiares e Novas Diligências
Familiares das vítimas sempre contestaram a versão policial, afirmando que Nathan e Paulo não tinham envolvimento com o tráfico de drogas e Felipe, embora fosse um ex-membro do PCC, vivia de maneira honesta após ter se tornado colaborador da Justiça. A nova fase da investigação pretende esclarecer os fatos com base nas novas diligências solicitadas pelo MPGO, como a reanálise das armas, o exame de vestígios de sangue e a coleta de dados dos celulares das vítimas.
Nathan Moreira, de 22 anos, foi morto em ação policial – Foto: Reprodução
O promotor Luís Guilherme Martinhão, responsável pelo caso, pediu ainda a complementação de laudos cadavéricos e a reconstituição do crime com mais detalhes, para apurar a sequência dos eventos e confirmar ou refutar a versão apresentada pela polícia. A expectativa é que as novas provas tragam maior clareza sobre o que realmente aconteceu na fazenda e se os policiais agiram de forma legal durante a operação.
Impactos na Campanha de Pablo Marçal
Com Edson Raiado sendo segurança particular de Pablo Marçal, o caso pode repercutir na campanha política do candidato à prefeitura de São Paulo. Marçal, que já havia sido alvo de polêmicas anteriores, agora vê seu nome ligado a uma investigação que questiona a conduta de um de seus principais aliados. O desenrolar das investigações pode influenciar a percepção pública sobre o candidato, num momento em que sua campanha começa a ganhar tração nas eleições de 2024