Por: Redação
Foto: Reprodução/Redes Sociais
Nas eleições de 2022, um acordo entre Jair Bolsonaro e Pablo Marçal prometia uma nova dinâmica nas redes sociais do ex-presidente. Marçal, autodenominado ex-coach, seria o responsável por sua comunicação digital. No entanto, desavenças com Carlos Bolsonaro, que controla a imagem digital do pai, resultaram em Marçal gerenciando apenas as redes do Partido Liberal.
Na última sexta-feira (20/9), Marçal respondeu a uma mensagem de Bolsonaro com uma provocação contundente, prometendo não repetir os erros do ex-presidente: “Valeu por tudo, capitão. Prometo não errar mais como você errou na presidência.” A provocação foi postada em sua conta do Instagram, onde ele tenta consolidar sua imagem entre os eleitores de direita.
Bolsonaro, ao responder, indicou que não considera Marçal seu inimigo, mas ressaltou que o candidato “exagera” e que isso pode prejudicar sua credibilidade. As tensões entre os dois refletem um cenário político conturbado, onde Marçal busca se distanciar do ex-presidente, mesmo com Bolsonaro declarando apoio a Ricardo Nunes (MDB) na corrida pela Prefeitura de São Paulo.
O ex-coach vem conquistando parte do eleitorado bolsonarista, mas a divergência entre as expectativas da militância e o apoio de Bolsonaro gerou atritos significativos. Em uma de suas postagens, Marçal tentou associar sua imagem à de Bolsonaro, citando uma frase do ex-presidente: “Como você disse: eles vão sentir saudades de nós.” A resposta de Bolsonaro, que questionou a ideia de um “nós”, gerou mais polêmica, levando Marçal a defender suas contribuições à campanha de 2018.
A disputa se intensificou após um incidente no qual Marçal foi agredido por José Luiz Datena durante um debate, onde comparou a situação à facada que Bolsonaro sofreu em 2018. Essa declaração foi criticada pelo ex-presidente, que lamentou a tentativa de Marçal de se colocar em uma narrativa semelhante à sua.
Com aliados de Bolsonaro, como Carlos e Eduardo Bolsonaro, e o pastor Silas Malafaia se manifestando contra Marçal, a tensão entre os dois políticos parece longe de ser resolvida, refletindo a fragmentação da direita em um momento crucial para a política paulista. A disputa por São Paulo se revela, assim, um microcosmo das divisões mais amplas dentro do campo conservador, onde a luta por espaço e reconhecimento é feroz.