População idosa cresce e cuidados com crimes precisam aumentar

Especialista comenta os problemas mais comuns para pessoas da terceira idade e orienta sobre precauções e denúncias

Por: Redação

Foto: Freepik

Em 2022, a população idosa de 60 anos ou mais é de 32.113.490 (15,6%), um aumento de 56,0% em relação a 2010, quando era de 20.590.597 (10,8%, revela os resultados do universo da população do Brasil desagregada por idade e sexo, do Censo Demográfico 2022. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) prevê que em 2030 haverá mais brasileiros idosos (idade superior a 60 anos) do que crianças. Neste 27 de setembro é o Dia Nacional do Idoso, data que onde podemos refletir os cuidados necessários com quem atingiu a terceira idade.

Entre eles está a precaução com crimes e golpes. As ocorrências de agressões contra idosos tiveram aumento de quase 50 mil casos em 2023 na comparação com o ano anterior. De 2020 a 2023, as denúncias notificadas chegaram a 408.395 mil, das quais 21,6% ocorreram em 2020, 19,8% em 2021, 23,5% em 2022 e 35,1% no ano seguinte. Os números fazem parte da pesquisa Denúncias de Violência ao Idoso no Período de 2020 a 2023 na Perspectiva Bioética.

Para o advogado criminalista Gabriel Fonseca, que integra o escritório Celso Cândido de Souza (CCS) Advogados, os agressores se aproveitam da situação de vulnerabilidade dos idosos, seja pela vantagem na expressão física, em conhecimentos tecnológicos e demais situações em que as pessoas conseguem brechas para enganá-los. “Considerando as condições de vulnerabilidade dos idosos, principalmente quando tratamos de questões tecnológicas e inovadoras, percebemos o maior cometimento de crimes relacionados a golpes”.

O especialista comenta ainda sobre outras situações que as pessoas da terceira idade são vítimas. “Temos ainda as agressões físicas, verbais e emocionais que são cometidas contra pessoas idosas. No aspecto jurídico os crimes mais comuns são os de apropriação indébita, estelionato, furto, ameaça, discriminação, abandono e violência: física, psicológica, patrimonial e sexual”, detalha ele.

Precauções
Gabriel Fonseca pontua ainda os cuidados que quem chegou nessa fase da vida precisa ter. “É de extrema importância que as pessoas de maior idade tenham ciência dos golpes que costumam acontecer em sua rotina, que não é uma possibilidade distante de sua realidade. Além das atualizações que todos devem se atentar, é necessário que familiares estejam sempre acompanhando suas ações, especialmente compras na internet, saques em banco, entre outras, justamente para prevenir qualquer tipo de atuação criminosa”, destaca.

 

O advogado criminalista Gabriel Fonseca destaca que os agressores se aproveitam da situação de vulnerabilidade dos idosos – Foto: Arquivo Pessoal

 

O especialista ressalta ainda a importância das denúncias. “Sempre que ocorrer uma situação com alguém de idade avançada ou até mesmo se houver suspeita de uma possível ação criminosa, a delegacia do idoso deve ser acionada e relatado todo o ocorrido. A polícia realizará um trabalho para tentar reaver os danos ocorridos, punir os criminosos ou até mesmo prevenir que um crime aconteça. A realização de denúncias e o acompanhamento familiar são fundamentais para que cada vez menos idosos sejam vítimas de delitos”, ressalta.

Em casa
Infelizmente, entre os criminosos, muitas vezes estão pessoas próximas. “É bastante comum existirem crimes contra idosos dentro das famílias. Os que nós mais vemos na prática são violências físicas, discriminação, principalmente dos filhos contra os pais, abuso patrimonial e muitas vezes até chantagem emocionais. Quando esse tipo de situação acontece, o ideal é fazer a denúncia da mesma forma. O fato de ser um filho, de ser um parente, não interfere na pena que a pessoa deve cumprir, caso cometa um crime desse”, destaca o advogado.

Gabriel Fonseca exemplifica com uma situação que acompanhou. “Tive um caso recente em que uma filha de 40 e poucos anos agredia a mãe de 70 e poucos há muito tempo e a mãe não queria tomar nenhuma atitude. Conseguimos uma medida de afastamento do lar contra a filha, ela se recusou a sair e a polícia usou da força para tirá-la e ainda a prendeu em flagrante. Ela se afastou de casa e a qualidade de vida da senhora melhorou significativamente”, ressalta.

Quem convive com idosos precisa reparar nos detalhes. “A prevenção é ficar atento aos sinais. Aos familiares e amigos que se depararem com atitudes abruptas com o idoso, é necessário ter atenção redobrada. Entendo que câmeras de segurança, inclusive dentro da residência, é uma medida que ajuda não só a afastar condutas criminosas como produzir provas contra o agressor”, orienta o advogado.

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