Por: Tatiane Braz
Foto: Divulgação/PC
Nesta terça-feira (24), a Polícia Civil de Goiás, por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Ordem Tributária, deflagrou a Operação Notas Delivery, com o objetivo de desmantelar uma organização criminosa especializada na venda e entrega de notas fiscais falsas para comerciantes da região da 44, em Goiânia. Foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão e sete prisões temporárias. A quadrilha atuava fornecendo documentos fraudulentos para o transporte de mercadorias, lesando o Estado e favorecendo a sonegação fiscal.
Durante a operação, além de documentos e equipamentos utilizados no esquema, foi apreendida uma arma de fogo de uso restrito, resultando na prisão em flagrante de um dos suspeitos por posse ilegal. A investigação aponta que o grupo criminoso criava empresas de fachada, utilizando “laranjas”, incluindo pessoas em situação de vulnerabilidade, para emitir e vender notas frias.
Investigação e estrutura criminosa
As apurações revelaram que o grupo agia de forma organizada, com um estatuto próprio, que estipulava regras e taxas mínimas para a venda das notas fraudulentas. Os membros, autodenominados “conselheiros” e “chefes de escritório”, dominavam o mercado da região, exigindo exclusividade na oferta do serviço e aplicando punições violentas aos que descumprissem as normas.
Além disso, foi descoberto que os criminosos monitoravam órgãos de fiscalização e segurança para evitar operações policiais. Os envolvidos, muitos com antecedentes criminais por tráfico e posse ilegal de armas, teriam reproduzido métodos típicos de facções que atuam em presídios.
Prejuízos ao Estado e investigação em curso
Até o momento, a Polícia Civil identificou 11 empresas de fachada ligadas ao esquema, o que gerou um prejuízo estimado de R$ 40 milhões em sonegação de impostos. Os lojistas que compravam as notas fiscais falsas evitavam emitir documentos legais, pagando um percentual para adquirir os fraudulentos, o que além de financiar o crime organizado, promovia concorrência desleal.
A operação policial visa recolher mais provas e identificar outros membros da quadrilha, além de lojistas que poderão ser responsabilizados. As penas para os crimes de sonegação fiscal e associação criminosa podem chegar a 18 anos de prisão.