Por: Tatiane Braz
Carteira de trabalho Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil
Dados recentes indicam que, em 2024, o número de beneficiários do programa Bolsa Família ainda é maior que o de empregos formais em diversas unidades federativas do Brasil.
Estudos do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome revelam que 12 estados brasileiros possuem mais beneficiários do Bolsa Família do que trabalhadores com carteira assinada, desconsiderando o setor público. Esse cenário indica uma preocupação crescente com a precarização do emprego e a dependência de programas assistenciais.
Antes da pandemia de Covid-19, apenas oito estados apresentavam essa disparidade. Em 2020, esse número aumentou para 10, e em 2022, chegou a 12. No entanto, em 2023, o Rio Grande do Norte conseguiu inverter essa situação ao alcançar um nível de emprego superior ao de beneficiários, sendo o único estado da região Nordeste a fazê-lo.
Em 2023, a proporção de beneficiários do Bolsa Família era equivalente a quase 50% de todos os empregos formais no país. Contudo, em 2024, essa porcentagem diminuiu para 44%, resultado da gradual recuperação do mercado de trabalho pós-pandemia e da revisão dos cadastros dos beneficiários pelo governo.
Atualmente, os estados com maior número de beneficiários em comparação com empregos com carteira assinada incluem:
Maranhão: 564.869 beneficiários
Pará: 363.648
Bahia: 323.125
Piauí: 231.955
Paraíba: 160.130
Amazonas: 109.680
Alagoas: 85.793
Pernambuco: 74.729
Ceará: 62.651
Sergipe: 40.964
Amapá: 28.416
Acre: 21.968
Esses números evidenciam a continuidade da dependência do Bolsa Família em diversas regiões do Brasil, ressaltando a necessidade de políticas públicas que promovam a geração de empregos e a inclusão social. A situação exige um olhar atento das autoridades para garantir a recuperação econômica e a promoção de empregos de qualidade, a fim de reduzir a desigualdade e a vulnerabilidade social.