Acordo inclui direitos sobre gravações, marca e imagem da banda; Negociações foram impactadas por tensões internas e polêmicas políticas
A lendária banda britânica Pink Floyd fechou um acordo milionário com a Sony, vendendo os direitos sobre suas gravações e o uso de sua marca por US$ 400 milhões. A transação, uma das maiores do setor musical, inclui álbuns icônicos como Dark Side of the Moon, The Wall e Wish You Were Here, mas deixa de fora os direitos autorais das composições. O acordo encerra anos de conflitos internos entre os integrantes, especialmente os vocalistas Roger Waters e David Gilmour, cujas desavenças marcaram a história da banda.
Segundo fontes da indústria, as negociações se arrastaram por quase dois anos, com um impasse sendo causado pelas posições políticas controversas de Roger Waters. Em 2022, declarações do ex-baixista em apoio à Rússia e críticas ao governo de Israel e à guerra na Ucrânia geraram um grande desconforto nas tratativas, além de aprofundar as divisões já existentes entre os membros da banda.
Sony adquire direitos sobre gravações e uso da marca
O contrato firmado entre Pink Floyd e Sony concede à gravadora direitos sobre as gravações de todo o catálogo da banda, além da utilização de seu nome e imagem para produtos derivados, como filmes e séries. No entanto, os direitos autorais sobre as composições individuais de cada música permanecerão nas mãos dos compositores. Isso significa que, embora a Sony possa controlar a distribuição e o uso comercial das gravações, os direitos de composição ainda serão geridos de forma independente pelos membros da banda.
O acordo também possibilita à Sony explorar novas oportunidades de licenciamento em plataformas de streaming e produções audiovisuais, capitalizando sobre a popularidade duradoura do Pink Floyd. Com clássicos atemporais e uma base de fãs sólida, a banda continua a ser uma das mais influentes da história do rock.
Impacto das polêmicas de Roger Waters no acordo
As negociações com a Sony quase foram prejudicadas pelas polêmicas em torno de Roger Waters. As posições políticas do músico, que têm sido alvo de críticas frequentes, trouxeram incertezas para os investidores. Em meio à escalada de tensões no Oriente Médio, onde Waters é vocal sobre sua visão da situação, a Sony optou por não comentar se as opiniões do ex-integrante tiveram influência direta no fechamento do negócio.
Ainda assim, o catálogo da banda se mantém como um dos mais valiosos da música contemporânea, com vendas e streams significativos globalmente. A longevidade e o impacto cultural do Pink Floyd são indiscutíveis, assegurando à Sony um ativo de grande peso para futuras iniciativas comerciais.
Clássicos atemporais de uma das maiores bandas do rock
O legado do Pink Floyd inclui alguns dos álbuns mais marcantes da história da música, com obras-primas como Animals, Meddle e The Piper at the Gates of Dawn, além dos já mencionados The Wall e Dark Side of the Moon, que continuam a figurar entre os mais vendidos e admirados pela crítica. A aquisição dos direitos sobre essas gravações oferece à Sony um acesso privilegiado ao extenso e influente catálogo da banda, cujo impacto se estende por gerações de fãs e artistas.
Nenhum dos integrantes da banda, nem seus representantes, fizeram declarações públicas até o momento sobre o acordo com a Sony. Contudo, analistas acreditam que essa transação reforça a tendência de grandes gravadoras adquirirem os catálogos de artistas consagrados, um movimento que vem ganhando força nos últimos anos.
A venda marca o fim de uma era para a banda, ao mesmo tempo em que abre novas possibilidades para o futuro da marca Pink Floyd no cenário global.
Por: Tatiane Braz
Foto: Reprodução