Giuliano Manfredini alega violação de direitos autorais após ex-candidato utilizar “Que País É Este” em publicação nas redes sociais
Giuliano Manfredini, filho do falecido cantor e compositor Renato Russo, do Legião Urbana, enviou uma notificação extrajudicial ao ex-candidato à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), acusando-o de utilizar a música “Que País É Este” sem autorização em uma postagem nas redes sociais. A publicação, feita no perfil “@pablomarcalpor_sp_” no Instagram, ocorreu antes do primeiro turno das eleições, período em que as contas oficiais do candidato estavam bloqueadas por determinação do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP).
O bloqueio das redes sociais de Marçal foi decretado após ele divulgar um laudo falso, insinuando o uso de drogas pelo candidato Guilherme Boulos (PSOL). A postagem em questão exibia Marçal com a boca coberta por uma fita adesiva com a palavra “sistema”, enquanto a música “Que País É Este” tocava ao fundo. Na legenda, havia a mensagem “não iremos nos calar! Pra cima do sistema. Me sigam por aqui”, sugerindo que o perfil pertencia ao ex-candidato.
A notificação, à qual o Estadão teve acesso, cita a Lei de Direitos Autorais, que estabelece a necessidade de autorização prévia para a utilização de qualquer obra musical por terceiros. Manfredini, por meio de seu advogado, Leonardo Furtado, reforçou que a obra de Renato Russo não pode ser usada para fins políticos contrários aos posicionamentos do músico em vida. Segundo Furtado, o herdeiro busca preservar o legado de seu pai e zelar pelo respeito à obra, negando autorização para que “Que País É Este” seja associada à campanha de Marçal.
A notificação ainda orienta que Marçal se abstenha de utilizar a canção em quaisquer plataformas, sob pena de pedido de indenização. Embora a música já tenha sido retirada da publicação, o episódio levanta questionamentos sobre o uso de obras artísticas em campanhas políticas sem o devido consentimento, e a notificação extrajudicial de Manfredini aponta para uma posição firme contra a exploração inadequada do repertório do Legião Urbana.
Até o momento, Pablo Marçal não respondeu aos contatos da reportagem para comentar o caso. Nem a postagem original, nem o perfil onde ela foi publicada, continuam ativos no Instagram.
Por: Redação
Foto: Reprodução