Presidente brasileiro participa da 16ª Cúpula dos Brics em Kazan, onde líderes discutirão integração do Sul Global e buscarão soluções para os conflitos no Oriente Médio; evento ocorre de 22 a 24 de outubro.
No próximo domingo (20/10), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarca para Kazan, na Rússia, para participar da 16ª Cúpula dos Brics, marcada para ocorrer entre os dias 22 e 24 de outubro. O encontro reunirá representantes de pelo menos 23 nações, com debates voltados para o fortalecimento das relações entre os países do Sul Global e a busca por soluções para os intensos conflitos no Oriente Médio, especialmente no Líbano e em Gaza, que enfrentam ataques de Israel.
A expectativa é que os líderes presentes aproveitem a oportunidade para adotar uma postura crítica em relação às ações de Israel, demandando o fim imediato das hostilidades. Embora o foco principal seja o Oriente Médio, outros temas, como colaborações políticas, financeiras e de desenvolvimento sustentável, também farão parte da agenda. A guerra entre Rússia e Ucrânia, no entanto, não está entre as prioridades do encontro, apesar de possivelmente ser discutida nos bastidores.
Na terça-feira (22/10), Vladimir Putin, presidente da Rússia, será o anfitrião de um jantar de boas-vindas para os líderes dos países-membros. O dia seguinte será dedicado às sessões plenárias, e na quinta-feira (24/10) ocorrerá a cúpula dos chefes de Estado. Este será o primeiro encontro entre Lula e Putin desde que o petista assumiu o seu terceiro mandato como presidente do Brasil.
A cúpula também marca a aproximação do Brasil à presidência do bloco, que será assumida formalmente em 1º de janeiro de 2025. Lula será o único líder presente em Kazan que também participou da cúpula inaugural dos Brics, em 2009, realizada na Rússia. Durante o evento, haverá expectativa por anúncios sobre a expansão do grupo, com a possível entrada de novos países.
Neste ano, quatro nações se juntaram ao Brics: Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã. A Arábia Saudita recebeu um convite, mas ainda não confirmou oficialmente sua adesão, enquanto a Argentina recusou o convite, sob decisão do presidente Javier Milei.
Embora a viagem de Lula à Rússia abra oportunidades para estreitar laços e fortalecer o papel do Brasil no cenário global, o presidente russo não deve retribuir a visita em breve. Putin afirmou, na última sexta-feira (18/10), que não comparecerá à Cúpula do G20 em novembro, no Rio de Janeiro, apesar de sua “amizade” com Lula. O líder russo enfrenta um mandado de prisão expedido pelo Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra, o que dificulta sua presença em eventos internacionais.
A participação de Lula na cúpula dos Brics reflete o compromisso do Brasil em promover uma maior cooperação entre os países em desenvolvimento, buscando soluções para crises globais e defendendo os interesses do Sul Global em um contexto internacional cada vez mais polarizado.
Por: Redação
Foto Destaque: Ricardo Stuckert