Transição de comando será oficializada após a 16ª Cúpula do bloco em Kazan, com foco na governança global e desenvolvimento sustentável
A partir de janeiro de 2025, o Brasil assumirá a presidência dos Brics, sucedendo a Rússia, conforme anunciado durante a 16ª Cúpula do bloco, realizada em Kazan. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) destacou que o lema da presidência brasileira será “Fortalecendo a cooperação do sul global para uma governança mais inclusiva e sustentável.” A agenda de trabalho do Brasil dará continuidade a temas já discutidos no G20, como a reforma de estruturas de governança global e a promoção de políticas voltadas para o desenvolvimento sustentável.
Durante o discurso na sessão plenária, Lula enfatizou o compromisso do Brasil com a construção de uma ordem mundial multipolar, que favoreça relações menos desiguais entre os países. “É fundamental trabalhar para que essa multipolaridade desejada se manifeste também no sistema financeiro internacional”, afirmou o presidente, apontando a necessidade de buscar alternativas para reduzir a dependência do dólar nas transações comerciais entre as nações do bloco. O Brasil deverá liderar discussões sobre a criação de um novo sistema de pagamentos, facilitando operações entre os países membros.
A presidência brasileira nos Brics será marcada por atividades concentradas no primeiro semestre de 2025, visando intensificar os esforços de cooperação regional e internacional. No segundo semestre, as atenções estarão voltadas para a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que acontecerá em Belém, Pará, reforçando o protagonismo do Brasil na agenda ambiental global.
Essa será a segunda vez que o Brasil ocupará a presidência dos Brics em menos de uma década. A última gestão foi em 2019, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), quando o país também buscou fortalecer laços econômicos e políticos com as nações emergentes que compõem o bloco.
Por: Redação
Foto: Kim Ludbrook/EFE/EPA