Investigações apontam corrupção e lavagem de dinheiro no Judiciário de Mato Grosso do Sul; 44 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em operação deflagrada nesta quinta-feira
A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (24/10), a operação Ultima Ratio, que apura um esquema de corrupção envolvendo a venda de sentenças judiciais, lavagem de dinheiro, organização criminosa, extorsão e falsificação de documentos no sistema judiciário de Mato Grosso do Sul. A ação, que teve o apoio da Receita Federal, ocorreu em quatro localidades: Campo Grande (MS), Brasília (DF), São Paulo (SP) e Cuiabá (MT), onde 44 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) foram cumpridos.
Desdobramento de operação anterior
A operação atual é uma continuidade da Operação Mineração de Ouro, deflagrada em 2021. Na ocasião, foram apreendidos documentos e outros materiais que indicavam a prática dos crimes agora investigados. As autoridades acreditam que o esquema de venda de decisões judiciais envolvia desembargadores, magistrados e servidores do Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul (TJMS), bem como advogados e outras figuras do meio jurídico.
Medidas do STJ e impacto no Judiciário
Entre as medidas decretadas pelo STJ, estão o afastamento imediato dos envolvidos de suas funções públicas, a proibição de acesso a prédios do Poder Judiciário, a vedação de comunicação entre os investigados e a imposição de monitoramento eletrônico para alguns dos alvos. Segundo informações do TJMS, o ministro Francisco Falcão, responsável pelas ordens, direcionou as ações principalmente contra alguns desembargadores e servidores específicos, sem afetar o funcionamento geral dos serviços prestados à população.
Em nota, o Tribunal reafirmou seu compromisso com a prestação jurisdicional célere e eficaz, destacando que, apesar das investigações em curso, não há, até o momento, um juízo definitivo de culpa, e todos os investigados terão direito a ampla defesa e ao devido processo legal.
Um novo capítulo na luta contra a corrupção
A operação representa mais um passo na tentativa de coibir a corrupção no sistema judiciário brasileiro. Casos como este levantam preocupações sobre a integridade do Judiciário e reforçam a necessidade de mecanismos rigorosos de controle e transparência. A expectativa agora é que as investigações possam trazer à tona todos os detalhes do esquema e responsabilizar os envolvidos, restabelecendo a confiança da população nas instituições públicas.
A investigação segue sob sigilo, e novos desdobramentos são aguardados nos próximos dias, enquanto a PF e o STJ prosseguem com a análise dos materiais apreendidos.
Por: Tatiane Braz
Foto: Divulgação/Polícia Federal