Presidente brasileiro e ministros expressam cautela e preocupações com impacto da política republicana sobre a relação bilateral e o cenário econômico global
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros do governo brasileiro reagiram com cautela à eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos. Em declarações, Lula expressou um tom diplomático, desejando sorte a Trump, mas evitou o contato imediato que costuma realizar com líderes aliados. Ministros de Estado, por outro lado, mostraram preocupação com as possíveis consequências da volta do republicano, principalmente sobre a economia e o meio ambiente.
“Meus parabéns ao presidente Donald Trump pela vitória eleitoral e retorno à Presidência dos Estados Unidos. A democracia é a voz do povo, e ela deve ser sempre respeitada”, declarou Lula, acrescentando que deseja um diálogo que promova paz e prosperidade. O presidente, no entanto, não fez um telefonema imediato a Trump, como é costume entre aliados próximos, e havia expressado anteriormente apoio à democrata Kamala Harris. Lula revelou, em entrevista recente, esperar que a relação com Trump se mantenha “civilizada,” embora admita reservas.
No governo brasileiro, o tom protocolar de Lula contrastou com o alarme de alguns ministros. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, alertou sobre as possíveis repercussões econômicas, apontando para medidas protecionistas anunciadas por Trump durante sua campanha. “O dia amanheceu mais tenso no mundo”, declarou Haddad, prevendo desafios para economias emergentes e países endividados.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, mencionou que os EUA, sob a liderança de Trump, precisarão reforçar os compromissos com a redução de carbono, lembrando que o republicano já havia retirado o país do Acordo de Paris em seu primeiro mandato. “Estamos num momento de limiar para enfrentar as emissões de CO2”, afirmou Marina, reforçando que a política ambiental dos EUA impacta diretamente nas metas globais.
Apesar do ceticismo, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, enfatizou que o diálogo entre Brasil e EUA deve prevalecer. Ele expressou votos de uma parceria ampliada, embora o foco nas prioridades de governo – como a taxação dos mais ricos e transição energética – deva enfrentar obstáculos.
A vitória de Trump, que reaviva o conservadorismo e o “trumpismo,” também é vista como um fator de estímulo para o bolsonarismo no Brasil, o que pode influenciar o cenário político doméstico. Segundo analistas, o novo mandato do republicano sinaliza uma fase de desafios para a diplomacia e economia brasileira, exigindo que o governo reforce suas políticas internas para lidar com mudanças externas.
Por: Redação
Foto: Ricardo Stuckert