O ex-presidente Jair Bolsonaro classificou como “loucura” as acusações de que teria planejado um golpe de Estado, rebatendo suspeitas levantadas em investigação conduzida pela Polícia Federal (PF). Em sua chegada a Brasília, na noite desta segunda-feira, ele afirmou que as acusações são “extremamente graves” e defendeu que sempre atuou “dentro das quatro linhas da Constituição”.
Críticas à investigação
Bolsonaro questionou a condução do inquérito pela PF, que, segundo ele, não contou com a participação do Ministério Público. “O inquérito não tem a participação do Ministério Público, a mesma pessoa faz tudo e, no final, volta para condenar quem quer que seja. Golpe de Estado é uma coisa séria”, afirmou. Ele destacou que um golpe seria inviável sem o apoio integral das Forças Armadas: “Ninguém vai dar golpe com um general da reserva e meia dúzia de oficiais”.
Advogado defende cautela
Paulo Amador da Cunha Bueno, advogado do ex-presidente, pediu maior envolvimento da Procuradoria-Geral da República (PGR) no caso, destacando a confiança no procurador Paulo Gonet, que deve receber o relatório da PF em breve. Bueno criticou a gestão anterior do MPF, que, segundo ele, ignorou pedidos de arquivamento de inquéritos contra Bolsonaro.
“Golpe nunca esteve no meu dicionário”
Bolsonaro reafirmou que nunca discutiu ou participou de qualquer trama golpista. Ele ressaltou que medidas fora da legalidade seriam desastrosas para o Brasil: “Vamos supor até que eu fizesse uma loucura: como é que fica o Brasil no dia seguinte? O mundo levanta barreiras contra a gente, vira um inferno aqui. Ninguém quer isso”.
O ex-presidente também mencionou que estudou possibilidades de solucionar a insatisfação no país dentro da Constituição, mas garantiu que nunca cogitou envolver as Forças Armadas ou tomar medidas ilegais. “Sou perseguido o tempo todo”, finalizou.
Por: Redação
Foto: Minervino Júnior/CB