Prefeito eleito, Sandro Mabel, antecipa ações emergenciais, enquanto Rogério Cruz é criticado por inércia e falta de planejamento no encerramento de seu mandato
A transição de poder em Goiânia tem revelado o impacto negativo da gestão do atual prefeito, Rogério Cruz (SD), marcada por denúncias de falta de planejamento e inércia administrativa. Sandro Mabel (UB), prefeito eleito, tem assumido ações emergenciais diante do colapso em áreas críticas, como a saúde pública, destacando a urgência de mudanças na capital goiana.
Nos últimos meses, Cruz tem evitado aparições públicas, participando apenas pontualmente do processo de transição, enquanto Mabel articula soluções para problemas urgentes. Um exemplo é a crise na saúde: a falta de leitos de UTI resultou em quatro mortes recentes, conforme relatado pelas famílias das vítimas. A ausência de respostas efetivas da atual gestão obrigou Mabel a intervir. Em reunião com representantes das secretarias de saúde estadual e municipal, conseguiu a liberação de 20 leitos em hospitais conveniados que estavam inoperantes por atrasos de pagamento da prefeitura.
Inércia administrativa e abandono político
Desde sua derrota nas eleições, Rogério Cruz tem mantido uma postura discreta, justificando que está “comprometido integralmente” com a gestão até o fim do mandato, segundo sua assessoria. Entretanto, a redução drástica de agendas públicas e a falta de articulações para resolver questões urgentes têm sido alvo de críticas. Mesmo com a máquina pública a seu favor, Cruz obteve apenas 21 mil votos, terminando em penúltimo lugar nas eleições, um reflexo do desgaste de sua administração.
Enquanto isso, Mabel, que conta com o apoio do governador Ronaldo Caiado (UB), conquistou espaço político e apoio no Legislativo municipal. Entre suas ações, conseguiu aprovar a prorrogação do Programa de Recuperação de Créditos Tributários, contrariando a decisão da atual gestão de limitar o prazo do Refis 2024. Além disso, paralisou projetos polêmicos enviados por Cruz, como a reestruturação do Regime Próprio de Previdência Social, apontando a falta de clareza e planejamento nas propostas.
Educação fora do planejamento
Outro exemplo da gestão precária de Cruz foi a exclusão de Goiânia do ciclo 2024-2025 do programa Escola em Tempo Integral do Ministério da Educação (MEC). A cidade foi a única capital a ficar fora do programa devido à falta de adesão dentro do prazo. Mabel, porém, articulou a inclusão de Goiânia no próximo ciclo e ainda garantiu 442 novas vagas, além de resgatar recursos do ciclo anterior, que não foram utilizados pela atual administração.
Críticas e expectativas para 2025
Para especialistas, as ações de Mabel, mesmo antes de assumir o cargo, mostram um esforço para reverter os problemas acumulados na gestão Cruz. “Estamos entrando em um momento de reconstrução. O desgoverno que acompanhamos nos últimos anos deixou a capital em uma situação crítica, especialmente em áreas como saúde e educação”, afirmou um vereador da base de Mabel.
Enquanto Rogério Cruz segue ausente de questões públicas importantes, Sandro Mabel tem intensificado diálogos e medidas práticas para evitar o agravamento das crises. Resta saber se o tom conciliador do futuro prefeito conseguirá solucionar os problemas herdados e restaurar a confiança dos goianienses na administração pública.
Por: Redação
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