Grupo de procuradores avalia denúncia que inclui organização criminosa e abolição do Estado Democrático; decisão final pode demorar meses
Nesta segunda-feira, 2 de dezembro, a Procuradoria-Geral da República (PGR) deu início à análise do inquérito elaborado pela Polícia Federal (PF) que resultou no indiciamento de Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas, a maioria ligada ao governo do ex-presidente. A investigação aponta crimes como organização criminosa, tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito.
Um grupo de nove procuradores está encarregado de estudar o documento detalhado pela PF. A decisão sobre a denúncia caberá à procuradora-geral da República, Paulo Gonet, que já adiantou à imprensa que o caso exige “estudo aprofundado”. Segundo ela, é improvável que o parecer final seja emitido ainda neste ano.
O caso pode se tornar um marco na política brasileira, remetendo a momentos históricos como a prisão de Luiz Inácio Lula da Silva em 2018, quando o ex-presidente foi detido por ordem do então juiz Sérgio Moro. Agora, um cenário semelhante se desenha para Bolsonaro, cujos apoiadores prometem resistência caso o ex-líder seja denunciado e preso.
Apesar das diferenças contextuais entre os episódios envolvendo Lula e Bolsonaro, ambos evidenciam um país em constante instabilidade política. No entanto, especialistas apontam que a busca por responsabilização e justiça, mesmo em meio a agitações sociais, é preferível ao caminho da impunidade.
Por: Redação
Foto: Reprodução/Joe Raedle/Getty Images