A ofensiva no coração da Síria intensifica a crise humanitária e gera incerteza sobre o futuro do regime de Bashar al-Assad
Neste sábado (7/12), os rebeldes sírios, liderados por combatentes do grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS), avançaram sobre a capital Damasco, desencadeando um novo capítulo no conflito que já dura mais de uma década. A ofensiva levou ao controle de áreas estratégicas nos subúrbios, sinalizando uma fragilidade crescente das forças de segurança leais ao regime de Bashar al-Assad.
Os grupos opositores ao governo sírio anunciaram a libertação de prisioneiros políticos, incluindo aqueles da prisão de Sednaya, que se tornou notória devido aos relatos de tortura e condições desumanas. A Anistia Internacional tem reiterado a gravidade das violações de direitos humanos cometidas no local. Em resposta à crescente pressão rebelde, o regime informou que Bashar al-Assad deixou Damasco, mas seu destino permanece desconhecido.
Segundo o jornal britânico The Guardian, tiroteios intensos marcaram a capital, com a ONU expressando preocupação sobre a escalada e a segurança da população civil. Tom Fletcher, chefe de assistência da ONU, apelou por garantias de segurança para os civis e a continuidade da assistência humanitária nas áreas afetadas.
Os rebeldes, por sua vez, asseguraram que não atacariam escritórios da ONU ou organizações internacionais, comprometendo-se a proteger as instituições que servem à população local. “Proteger essas instituições é um dever para nós”, afirmou um representante do HTS.
Crise humanitária em alerta
Com mais de 15 milhões de pessoas necessitando de ajuda humanitária, a crise na Síria atinge níveis alarmantes, com 90% da população vivendo abaixo da linha da pobreza. O secretário-geral da ONU, António Guterres, criticou a falha dos acordos anteriores de cessar-fogo e reafirmou o apelo por uma solução pacífica e imediata. A situação também levanta a possibilidade de um colapso do regime de Assad, gerando tensões no cenário internacional e aumentando a pressão para um fim ao conflito.
Por: Redação
Foto: Aaref Watad/AFP