Partido evita se envolver com a prisão do general para proteger principal ativo eleitoral de 2026
O Partido Liberal (PL) definiu que sua prioridade é blindar Jair Bolsonaro, considerado o maior trunfo político da legenda para as eleições de 2026. Apesar de Walter Braga Netto ser filiado ao partido e ter sido candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro em 2022, o PL escolheu se distanciar do caso envolvendo a prisão do general pela Polícia Federal.
O presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, tem sido cauteloso ao comentar o assunto. Ele afirmou que ainda não analisou os documentos relacionados ao inquérito e que a questão não será tratada como uma prioridade partidária. Internamente, lideranças concordam que Bolsonaro deve ser o foco, enquanto Braga Netto enfrenta as investigações por conta própria.
General sem apoio unificado
Embora Braga Netto tenha recebido manifestações de apoio de alguns deputados, como Bia Kicis (PL-DF), a maior parte da bancada do PL mantém silêncio sobre o caso. A avaliação de muitos parlamentares é que a prisão do general não é um tema que o partido deva assumir publicamente.
Para esses líderes, envolver a legenda em um assunto tão sensível pode prejudicar a imagem do partido e desviar o foco de sua principal estratégia eleitoral. “O PL precisa garantir sua relevância nas urnas, e Bolsonaro é a chave para isso”, afirmou um dirigente que preferiu não se identificar.
Preocupação com os desdobramentos
A prisão de Braga Netto reacendeu preocupações dentro do PL sobre o impacto das investigações nas eleições de 2026. Apesar de o Supremo Tribunal Federal não ter dado sinais concretos de que Bolsonaro será alvo de prisão, a cúpula do partido teme que ele seja o próximo foco das autoridades.
A estratégia do PL será tratar qualquer tentativa de prisão ou inviabilização de Bolsonaro como uma medida para afastá-lo dos palanques e enfraquecer a direita. Com isso, o discurso deve girar em torno da narrativa de que o ex-presidente é vítima de perseguição política, o que pode mobilizar seu eleitorado fiel.
Bolsonaro como peça central
Mesmo inelegível, Bolsonaro continua sendo visto como o principal ativo eleitoral do PL. Ele detém, segundo cálculos internos, o apoio de um terço do eleitorado nacional, um número suficiente para garantir ao partido uma posição de destaque nas próximas eleições.
Sem o ex-presidente como cabo eleitoral, o PL teme que parte de sua base migre para outras candidaturas de direita, o que poderia comprometer sua força no Congresso e reduzir o acesso ao fundo partidário. Dessa forma, enquanto Braga Netto enfrenta as consequências sozinho, o PL segue firme na proteção de Bolsonaro como peça central de sua estratégia política.
Por: Redação
Foto: Divulgação/PL