Aumento de salários de vereadores em Caldas Novas gera debate sobre prioridades e impacto no orçamento público
Reajuste eleva vencimentos de parlamentares para R$ 16,5 mil; população questiona timing e prioridades municipais.
Os vereadores de Caldas Novas aprovaram, em votação realizada no dia 18 de dezembro, um reajuste de mais de R$ 5 mil em seus próprios salários. O aumento, que passará a vigorar a partir de 2025, eleva os vencimentos de R$ 11,1 mil para R$ 16,5 mil, representando um acréscimo de cerca de 48%. A medida foi aprovada em caráter de urgência e gerou controvérsias dentro e fora da Câmara Municipal.
Entre os 12 parlamentares presentes na sessão, nove votaram a favor do aumento, dois foram contrários, e cinco não participaram da votação. A decisão, no entanto, gerou críticas intensas, especialmente por parte do vereador Gilmar Engenheiro (Agir), que votou contra o reajuste e destacou a falta de alinhamento com as necessidades mais urgentes do município.
“É obrigatório pagar o piso da enfermagem, e por que não pagamos? O mesmo vale para os professores, cujo piso também é determinado por lei federal. Aumentar salários dos vereadores não é uma obrigação. Isso mostra dois pesos e duas medidas na gestão de prioridades”, afirmou Gilmar.
Para a população, o reajuste é visto com desconfiança, considerando o atual contexto econômico e as demandas sociais ainda não atendidas na cidade. A aprovação ocorre em um momento em que servidores públicos enfrentam desafios para garantir o cumprimento de direitos trabalhistas e salários em dia.
Apesar da aprovação, os vereadores não apresentaram justificativas claras sobre o impacto do aumento no orçamento público e como isso se alinha com as metas de gestão municipal. Especialistas apontam que, embora o reajuste seja legal, a falta de uma comunicação efetiva e de debate com a sociedade enfraquece a credibilidade das instituições públicas.
A economista Marília Mendonça avalia que decisões como essa, se tomadas sem embasamento técnico ou participação social, podem comprometer a confiança da população nos poderes locais. “Não se trata apenas do aumento salarial, mas da percepção de que há uma desconexão entre os legisladores e os problemas reais enfrentados pela comunidade”, ressaltou.
Na votação, o placar se dividiu da seguinte forma:
Votaram a favor do aumento:
Andrei Barbosa (União Brasil)
Daniel Caldeira (União Brasil)
Geraldo Pimenta (MDB)
Josiel dos Cachorros (PSD)
Claudinho Costa (MDB)
Everton Jamal (Agir)
João Muniz (União Brasil)
Ronan Maia (PP)
Weuller Gonçalves (MDB)
Votaram contra:
Gilmar Engenheiro (Agir)
Professor Rodrigo (Novo)
Ausentes:
Gilmar Martins (Novo) e outros quatro vereadores não identificados.
Com a medida aprovada, o município agora enfrenta um dilema político e social. Enquanto os vereadores que votaram a favor defendem a legitimidade do aumento, a opinião pública e setores da sociedade civil cobram maior responsabilidade na alocação de recursos.
Por: Redação
Foto: Reprodução/TV Anhanguera