Crime ocorrido após réveillon deixa duas crianças e dois jovens mortos; padrasto é apontado como principal suspeito.
Francisco de Assis Pereira da Costa, de 53 anos, foi preso temporariamente nesta quarta-feira (8) sob suspeita de envenenar a comida que matou quatro pessoas de sua própria família em Parnaíba, litoral do Piauí. O crime ocorreu após a ceia de réveillon na casa onde viviam 11 pessoas, incluindo o suspeito, sua esposa e os filhos dela.
As vítimas fatais foram identificadas como Manoel Leandro da Silva, de 18 anos, e Francisca Maria da Silva, de 32 anos, enteados de Francisco. Os filhos de Francisca, uma criança de 1 ano e outra de 3 anos, também faleceram. O suspeito ingeriu o alimento envenenado, mas sobreviveu após ser internado.
Presença de veneno confirmada
Exames realizados pelo Instituto de Criminalística identificaram a presença de terbufos, um veneno usado como inseticida, na panela onde foi preparado o baião de dois. A substância também foi encontrada no organismo das vítimas e nos utensílios utilizados na refeição.
De acordo com o delegado Abimael Silva, que conduz as investigações, a comida foi preparada na noite do dia 31 e deixada sobre o fogão. Todos os familiares consumiram o alimento, mas os efeitos só começaram a ser percebidos posteriormente.
Relação conturbada e motivações investigadas
Conforme relatos colhidos durante o inquérito, Francisco mantinha um relacionamento conflituoso com os enteados e tinha um histórico de desavenças com Francisca Maria. Segundo testemunhas, ele frequentemente a insultava e expressava desagrado por sua presença na casa.
“A investigação aponta que Francisco tinha um ódio específico pela enteada Francisca, a quem chamava de ‘inútil’ e ‘tola’. Ele era o único com motivação aparente para cometer um crime tão cruel, além de apresentar várias contradições em suas declarações”, explicou o delegado em coletiva.
Durante as buscas na residência, a polícia encontrou um baú trancado em um local de difícil acesso, próximo ao fogão, ao qual apenas Francisco tinha acesso. Documentos e celulares também foram apreendidos para análise.
Prisão temporária e andamento do caso
Diante dos indícios reunidos, a prisão temporária de Francisco foi decretada para garantir o avanço das investigações. O inquérito deve ser concluído em até 30 dias, podendo ser prorrogado, enquanto diligências adicionais, como análise de dados dos celulares, estão em andamento.
“A prisão serve não apenas para aprofundar as investigações, mas também para proteger os sobreviventes da família. Trata-se de um crime de natureza torpe, motivado por conflitos familiares intensos”, finalizou o delegado Silva.
O caso segue em investigação, e a Polícia Civil do Piauí busca esclarecer todos os detalhes deste episódio trágico.
Por:Tatiane Braz
Foto:Reprodução/Polícia Civil