Vírus retorna após 17 anos, deixando grande parte da população em situação de vulnerabilidade
O sorotipo 3 da dengue voltou a circular no Brasil após quase duas décadas, causando preocupação entre as autoridades de saúde. Identificado com maior frequência nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Amapá, o aumento de casos foi registrado especialmente no final de 2024. A ausência prolongada desse tipo de vírus no país, desde 2008, significa que muitas pessoas nunca foram expostas a ele, tornando-as suscetíveis a infecções graves.
De acordo com o Ministério da Saúde, o sorotipo 1 foi predominante ao longo de 2024, responsável por 73,4% dos casos positivos. No entanto, a secretária de Vigilância em Saúde, Ethel Maciel, alertou para a nova realidade: “Estamos observando uma mudança significativa no cenário, com a reemergência do sorotipo 3. Isso exige atenção redobrada.”
Projeções para 2025
Com base em análises dos padrões anteriores, espera-se que os estados mais afetados pela dengue em 2025 sejam São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Tocantins, Mato Grosso do Sul e Paraná. Fatores como o impacto do fenômeno El Niño, altas temperaturas e o armazenamento inadequado de água devido à seca contribuem para a proliferação do mosquito transmissor, o Aedes aegypti.
Apesar das previsões, o impacto do sorotipo 3 ainda não foi completamente modelado. “Ainda estamos avaliando como ele pode se espalhar, e nosso foco está no monitoramento constante”, destacou Ethel. Dados recentes mostram que, no final de 2024, 84% dos casos ocorreram em estados como São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Goiás e Santa Catarina.
Outras arboviroses em destaque
Além da dengue, outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti também preocupam:
- Zika: 82% dos casos prováveis nas últimas semanas de 2024 ocorreram no Espírito Santo, Tocantins e Acre.
- Chikungunya: Foram registrados 3.563 casos nas últimas semanas do ano, principalmente em São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
- Oropouche: Com 90% das ocorrências concentradas no Espírito Santo, essa febre apresenta um aumento significativo de notificações.
A febre do Oropouche, pouco conhecida, teve 471 casos identificados na primeira semana de 2024. Em 2025, foram confirmados 98 novos casos no mesmo período.
Estratégias de prevenção
Com o retorno do sorotipo 3, as autoridades reforçam a importância de medidas preventivas, como evitar o acúmulo de água parada e eliminar focos de criadouros do mosquito. Monitoramento contínuo, campanhas educativas e respostas rápidas são essenciais para reduzir os impactos da doença.
Por: Redação
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil