Decisão revisa diretriz de 2016, mas mantém exigência de celibato clerical
O Vaticano anunciou nesta quinta-feira (9) uma mudança significativa nas diretrizes da Igreja Católica, permitindo que homens gays ingressem nos seminários e sejam ordenados como padres. A decisão, tomada pela Conferência Episcopal Italiana (CEI), reverte a proibição de 2016, que barrava candidatos com “tendências homossexuais profundas”.
Apesar do avanço, a exigência do celibato clerical continua inalterada, exigindo que os padres gays, assim como os heterossexuais, permaneçam celibatários e dedicados exclusivamente à Igreja.
Nova ponte com a comunidade LGBTQIA+
A decisão reflete os esforços do Papa Francisco em aproximar a Igreja da comunidade LGBTQIA+. Em iniciativas anteriores, o pontífice permitiu a bênção de casais do mesmo sexo, ainda que o casamento homoafetivo não seja reconhecido oficialmente pela Igreja.
Tensões e contradições
No entanto, a medida não está isenta de controvérsias. Em 2023, o Papa Francisco afirmou que a homossexualidade “não é crime, mas pecado”. Além disso, em 2022, ele teria se manifestado contra a ordenação de padres gays. Essa contradição gera debates dentro e fora da Igreja, desafiando sua postura histórica sobre o tema.
A mudança marca um passo simbólico, mas também evidencia as complexas relações entre tradição e modernidade na Igreja Católica.
Por:Lucas Reis
Foto:Jair Prandi