Policial visava as pernas do paciente, mas disparo acabou atingindo a região abdominal. Investigação continua
No último sábado (18), Luiz Cláudio Dias, de 59 anos, que estava internado em surto em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em Morrinhos, foi baleado enquanto fazia uma enfermeira refém. Segundo o comandante do 36º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Werik Ramos, o disparo foi dado com a intenção de acertar as pernas do paciente, a fim de imobilizá-lo. Contudo, Luiz Cláudio se curvou durante o confronto, e o tiro acabou atingindo seu abdômen, causando ferimentos fatais.
Em um vídeo que circulou nas redes sociais, a enfermeira pode ser vista afastando o braço do paciente, que a ameaçava com um pedaço de vidro, antes de ser baleado. Após o disparo, Luiz Cláudio recebeu atendimento médico, mas não resistiu aos ferimentos.
A Polícia Civil, liderada pelo delegado Fabiano Jacomeli, aguarda os resultados da perícia e do laudo cadavérico para determinar a causa exata da morte e o local onde o paciente foi atingido. A investigação busca esclarecer as circunstâncias do disparo e as ações dos policiais e da equipe médica envolvida.
A Polícia Militar de Morrinhos emitiu uma nota informando que protocolos de gerenciamento de crises foram aplicados durante o incidente, mas que, para garantir a segurança da enfermeira, o disparo foi necessário. A PM também anunciou que um procedimento administrativo será conduzido para avaliar os procedimentos adotados.
A família de Luiz Cláudio Dias, por meio de uma carta pública, questionou a conduta dos militares e da equipe de saúde, alegando que ele estava fisicamente debilitado e foi imobilizado de forma excessiva. Em um vídeo postado nas redes sociais, seu filho, Luiz Henrique Dias, manifestou indignação com a morte do pai e criticou a forma como o ocorrido foi tratado pelas autoridades.
Filho de paciente morto em UTI manifestou luto nas redes sociais — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Por: Lucas Reis
Foto Destaque: Reprodução/Redes Sociais