Nova política anti-imigratória prevê envio de 10 mil soldados, suspensão da entrada de migrantes e possível uso de aeronaves militares para deportações
Nesta quarta-feira, 22, os Estados Unidos iniciaram o envio de tropas à fronteira com o México após o presidente Donald Trump assinar um decreto de emergência nacional. O movimento é parte de uma série de políticas anti-imigratórias implementadas pelo republicano, que retornou à presidência no início da semana.
Pelo menos 1,5 mil soldados das Forças Armadas estão sendo deslocados na primeira etapa, somando-se aos 2,2 mil militares da ativa e da Guarda Nacional já presentes na região. Nos próximos meses, a expectativa é que o número chegue a 10 mil soldados.
Além do reforço militar, Trump também suspendeu a entrada de imigrantes pela fronteira sul e restringiu concessões de asilo, medidas que já começaram a impactar o cotidiano de migrantes. “A partir de agora, faremos tudo que for necessário para proteger os Estados Unidos contra uma invasão”, declarou Trump em nota oficial divulgada pela Casa Branca.
Autoridades informaram que o uso de aeronaves militares para deportações ainda depende de aprovação. Enquanto isso, o México anunciou a construção de abrigos em Ciudad Juarez para acolher os imigrantes deportados.
Essa postura marca o retorno de Trump às rígidas políticas migratórias que caracterizaram seu primeiro mandato. Entre 2017 e 2021, o republicano já havia enviado 5,2 mil militares à fronteira. Seu sucessor, Joe Biden, também utilizou tropas na região, mas com abordagens mais moderadas.
Trump justificou as ações citando a necessidade de combater cartéis e redes criminosas estrangeiras, classificando-as como “organizações terroristas”. “Estamos eliminando qualquer espaço para redes criminosas devastarem o solo norte-americano”, disse em discurso após a posse.
Além disso, Trump encerrou operações do aplicativo CBP One, criado na gestão Biden para facilitar a entrada legal de migrantes. O site do app agora informa o cancelamento de funcionalidades e agendamentos, reforçando as mudanças imediatas promovidas pelo governo republicano.
A decisão já causa tensão diplomática e humanitária, enquanto as primeiras tropas assumem suas posições ao longo da fronteira.
Por: Manoel Messias
Foto: REUTERS/Jose Luis Gonzalez